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Lula na China: tempo é dinheiro

Marcus Vinícius de Freitasby Marcus Vinícius de Freitas
23/03/2023
O presidente do Brasil, Lula, e da China, Xi Jinping
O presidente do Brasil, Lula, e da China, Xi Jinping

Em nenhum dos lugares que visitei neste vasto mundo observei o ditado “tempo é dinheiro” de uma forma tão clara como se vê na China. Os chineses têm um pragmatismo impressionante quanto à discussão de assuntos complexos e entendem que quanto mais tempo se desperdiça, maiores são os custos pagos pela sociedade para a resolução de eventuais pendências. O capitalismo pujante chinês se construiu com uma base sólida a partir da compreensão de que, numa sociedade vibrante, é importante fazer com que as decisões e ajustes sejam tomados rapidamente. Ao mesmo tempo em que o chinês adota uma postura paciente quanto ao tempo – o chamado tempo chinês, em que se afirma uma perspectiva quase milenar sobre as coisas e uma paciência fora do normal – também o dinamismo que a realidade impõe é essencial para realizar-se o máximo possível – com solidez – num espaço curto de tempo, a fim de que se construa um modelo social e econômico longevo e equitativo.

Foi com base nesse pressuposto que os chineses, ao longo das últimas quase cinco décadas  alteraram profundamente o desenho econômico e social de seu país, retirando 800 milhões de pessoas da linha de pobreza, convertendo a China na maior economia global em paridade do poder de compra e a principal parceira econômica de mais de 140 países e territórios. O comércio exterior chinês responde por 13.5% das transações globais e constitui um ator essencial para a movimentação da economia global.  A China, em uma década, aumentou sua participação na economia mundial de 11.3% para 18.5%, dobrando a renda per capita da população, ao implementar uma estratégia consistente de modernização do Estado e da sociedade chinesa. Neste processo, a China tem construído um dos maiores sistemas de educação, seguridade social e de saúde do mundo.

Na última reunião do 20° Congresso do Partido Comunista da China, ficou estabelecido que o país intensificará ainda mais seu processo de abertura ao mundo, elevando-o a um patamar mais audacioso, com a proposição de mudanças nas regras da governança da conjuntura econômica global, com o propósito de intensificar, ainda mais, a abertura da economia mundial. Caminhando contrariamente à proposta dos países do Ocidente de “near-shoring” (produção em locais próximos) e “friendly-shoring” (produção em locais amigos), a China propõe um comércio internacional cada vez mais aberto, inclusivo e com a participação mais intensa daqueles que ainda têm uma participação insignificante. Para a China, o mundo precisa de mais comércio e fortalecimento econômico para enfrentar as consequências da pandemia da Covid-19 e da Guerra na Ucrânia.

É esta China propositiva de uma nova ordem internacional que o atual presidente do Brasil encontrará em Beijing em sua visita: um país que não tem ambições hegemônicas – como os Estados Unidos – mas que pretende impulsionar o desenvolvimento e o comércio, com o objetivo primordial de preservar a ordem internacional e, assim, superar os graves desafios que a governança global têm imposto nas últimas oito décadas que, apesar da estabilidade ao impedir um grande conflito mundial, semelhante às duas Grandes Guerras, não foi capaz de impedir conflitos e desastres sangrentos que, praticamente, condenaram algumas regiões do mundo a viverem um apagão institucional e de desenvolvimento.

A China entende a modernização como um processo essencial de avanço da comunidade de valores compartilhados, um dos temas mais recorrentes do Presidente Xi Jinping, que tem convidado a comunidade internacional à reflexão desta temática em quase todos seus discursos, buscando parceiros dispostos a proporem uma nova dinâmica de organização e funcionamento da sociedade internacional.

O presidente do Brasil, que deveria ter colocado a China como sua primeira prioridade da agenda internacional, terá uma oportunidade única de, em Beijing, apresentar sua perspectiva de governança global – algo que é esperado não só pela China, mas pelos países do mundo. Porém, se a retórica for a mesma da desgastada questão do assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas ou uma ação – sem estratégia e definição clara quanto à Guerra na Ucrânia – o atual governo perderá uma oportunidade para ressignificar sua participação no BRICS, que – apesar de o Brasil ser reticente a respeito – constitui uma nova e importante estrutura de governança global.

Não se trata de uma visita de cortesia ou política. O presidente da república brasileira deveria levar em sua pasta uma quantidade enorme de projetos de infraestrutura que o Brasil tanto precisa, mas que não saem do papel há anos e somente retardam o processo de desenvolvimento brasileiro. Os chineses têm um ditado fundamental sobre a questão da infraestrutura: “construa uma estrada e fique rico”. A infraestrutura é fundamental para o enriquecimento sustentável e longevo de uma nação. O Brasil precisa de portos, aeroportos, estradas, ferrovias, trens de alta velocidade, melhores instrumentos de comunicação e até mesmo um acesso ao Oceano Pacífico. Para todas estas necessidades, a China é o parceiro ideal, com capacidade e interesse em ampliar investimentos no Brasil, que é o país com quem possui sinergias que podem tornar-se ainda mais exponenciais. A infraestrutura daria ainda mais competitividade aos produtos brasileiros, podendo expandir as cadeias de valor e ressignificar a importância das commodities como forma de maior competividade do Brasil no cenário global.

Se o atual ocupante do Palácio do Planalto tiver claro o que pretende na agenda – e transformar a visita à China em algo perene e constante, como fez a alemã Angela Merkel que, em 16 anos de governo, esteve 12 vezes na China para ampliar o comércio e o relacionamento bilateral – talvez esta retomada do relacionamento possa, efetivamente, deixar um legado positivo para o Brasil e para as futuras gerações.

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Não se trata de ideologia. Trata-se de pragmatismo no melhor sentido da palavra. É a efetiva compreensão de que tempo é dinheiro. O resto é conversa fiada ou turismo, como foi feito pelo governo anterior que por um bloqueio ufanista e ideológico perdeu muito em construir uma parceria auspiciosa com o país asiático. Não há tempo para conversa fiada quando se tem o objetivo claro de modernizar um país e enriquecer sua população.

*Marcus Vinicius de Freitas é professor Visitante da China Foreign Affairs University

O presidente do Brasil, Lula, e da China, Xi Jinping

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Tags: ChinalulaopiniãoParceriaXi Jinping
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