A Telefônica Brasil (Vivo) reportou lucro líquido de R$ 1,12 bilhão no quatro trimestre de 2022, queda de 57,2% na comparação com o mesmo período de 2021, e dentro do consenso de mercado, que projetada o lucro líquido em R$ 1,068 bilhão.
O fluxo de caixa operacional registrou R$ 2,74 bilhões no 4T22, um aumento de 5,9% na comparação com o 4T21.

Fonte: Telefônica Brasil RI
De acordo com o analista da XP, Bernado Gutmann, o resultado dentro do esperado, com receita de serviços fixos mantendo uma trajetória de crescimento saudável, mostrou a evolução operacional da companhia.
Bernardo avalia que a companhia segue ganhando market share e crescendo no segmento de telefonia móvel com o top line crescendo acima da inflação, após a saída da Oi móvel, fruto da consolidação do setor.
A Vivo explicou em seu release de resultados que a variação do lucro trimestral veio por reconhecimento de crédito fiscal na ordem de R$ 1,40 bilhão.
Ebitda sem surpresas
O Ebitda reportado do 4T22 foi de R$ 5,234 bilhões, um crescimento de 6,1% frente a 4T21, considerando o consenso de mercado na ordem de R$ 5,22 bilhões.
A margem Ebitda atingiu o patamar de 41,3% no quarto trimestre de 2022, queda de 1,5 ponto percentual na comparação com igual etapa de 2021.
De acordo com a companhia, o Ebitda refletiu o crescimento das receitas totais, com maior participação das receitas que fazem parte do core business.

Fonte: Telefônica Brasil RI
Investimentos
A Vivo investiu R$ 2,48 bilhões no quarto trimestre de 2022, um aumento de 6,4% na comparação com mesmo período de 2021.
A companhia também anunciou projeção de investimentos em até R$ 9 bilhões em 2023, ante R$ 12,4 bilhões alocados em 2022.
Dívida líquida e custos
Os custos operacionais da Vivo totalizaram R$ 4,81 bilhões no quarto trimestre de 2022, alta de 14,2% em relação ao mesmo período de 2021.

Fonte: Telefônica Brasil RI
No 4T22, a dívida líquida da companhia era de R$ 16,875 bilhões contra R$ 10,443 bilhões registrados no quarto trimestre de 2021.
Receita Líquida
A receita líquida totalizou R$ 12,659 bilhões no quarto trimestre deste ano, uma alta de 10,1% na comparação com igual período de 2021.
Na receita líquida do segmento móvel totalizou R$ 8,89 bilhões no quarto trimestre, um aumento de 13% no ano.
Redução de Capital = Aumento de dividendos
A Vivo anunciou ainda que vai pedir autorização à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para reduzir seu capital em até R$ 5 bilhões, operação que poderá acontecer mediante restituição de recursos dos acionistas da companhia.
De acordo com o fato relevante sobre o pedido de anuência prévia da Anatel para a redução de capital, pela visão de Bernardo Gutmann, a companhia poderá ter mais flexibilidade para distribuir dividendos acima do lucro líquido. Isto é como considerado fator positivo, mantendo-se como um dividend player pagando proventos acima de 7% a.a e que poderá mitigar o risco da tese que apresenta o botton up pressionado pelos efeitos de consolidação de mercado.
Segundo a Vivo, o pedido não diz necessariamente em uma obrigação de efetivação da redução de capital, mas apenas a opção da companhia em realizá-la ou não.
Pagamento de JCP e recompra de ações
A Vivo fixou as datas de pagamento dos dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) referente ao ano de 2022, caso sejam aprovados na Assembleia Geral Ordinária da Companhia a ser realizada em 13 de abril de 2023 (AGO).

Fonte: Telefônica Brasil RI
A Vivo ainda anunciou um programa de recompra envolvendo até 40,55 milhões de ações. Os papéis encerraram o pregão desta quarta-feira negociados a R$ 39,67.