
O levantamento foi realizado pela consultoria SimilarWeb e apresentados pelo Itaú BBA. A análise se ateve ao trafego do site entre 11 de janeiro e 31 de janeiro, justamente o período em que as inconsistências foram reveladas ao mercado. Isso implica numa queda de 57% em relação ao mesmo período de 2022.
De acordo com alguns analistas, mesmo que parece que as o caso das “inconsistências contábeis” esteja pesando sobre a companhia, alguns dados já apontavam por uma perda de tráfego no site da Americanas para outros concorrentes antes disso. Isso porque, a varejista já apresentava um tráfego 36% menor entre os dias 1 e 11 de janeiro. Combinado com os efeitos da revelação das “inconsistências contábeis”, o site da Americanas fechou o mês com uma queda de 49% no número de visitas. Com isso, a parcela total da Americanas no tráfego total para sites de e-commerce caiu de 12% para 6% em janeiro.
Por si só, a perda de interesse já é ruim. Entretanto, colocando essa questão em todo o contexto da empresa, tudo fica ainda mais preocupante, dado-se o fato de que o canal digital da companhia chegou a representar 48,5% da receita bruta total no terceiro trimestre. Para o BBA, a queda no tráfego se dá pelo fato de que a companhia já vinha diminuindo investimentos nessa frente. De acordo com o relatório, a Americanas está aparentemente diminuindo os gastos com links patrocinados nos mecanismos de busca.
A conclusão está baseada na mudança apurada na distribuição dos canais de marketing de seu website. A relação entre os canais direto, orgânico e de links, que representavam 35%, 22% e 29% do fluxo total no início do ano, respectivamente, foi para 34%, 41% e 19% ao final de janeiro. “Combinado com o fluxo negativo de notícias, ela (redução de investimentos) pode ter sido responsável pela queda no tráfego durante o período e pode afetar o crescimento do tráfego indo adiante”, diz trecho do relatório.
A situação enfrentada pela Americanas, por sua vez, tem beneficiado seus concorrentes. Magazine Luiza e Amazon registraram os maiores aumentos de tráfego em janeiro de 2023, de 20% e 41% respectivamente, em base anual. “Isso, combinado com a alta correlação desses sites com o site da Americanas, podem indicar que ambos estão bem posicionados para capturar a parcela da Americanas (no tráfego total) indo adiante, um ponto que vamos monitorar de perto”, diz trecho do relatório.