O Fundo Verde, liderado pelo gestor Luis Stuhlberger, informou que teve perdas de 14bps (base points) com debêntures da Americanas após o escândalo financeiro que abalou a empresa no mês passado.
Em carta enviada aos cotistas, o fundo classificou as inconsistências contábeis da Americanas como fraude. “Fomos vítimas de uma fraude. Há quanto tempo esta fraude existe, quem foram os principais responsáveis e beneficiários, é assunto que será amplamente discutido e explorado no Judiciário”, diz o texto.
De acordo com a equipe de gestão, a asset “vai exercer seu dever fiduciário” de preservar o interesse dos cotistas.
“Quem investe em crédito sabe que este tipo de risco existe. O processo de diligência bem-feito deveria mitigá-lo, mas nunca é possível escapar totalmente do risco da fraude. Como gestores, nosso dever é buscar falhas em nosso processo de investimento e aprimorá-lo a partir dos aprendizados desse caso. Mas estávamos falando de uma companhia com longo histórico, controlado por três acionistas considerados (até então) os melhores gestores de negócios do país, e com balanços auditados por uma das principais empresas do setor”, diz a carta do Fundo Verde.
A gestora ainda criticou o fato de apenas semanas depois da divulgação do escândalo a diretoria tenha sido afastada. “ Temos a maior fraude da histórica corporativa do Brasil, um buraco de mais de vinte bilhões de reais, e a gestão financeira da companhia (com exceção da recém empossada CFO) continuou sendo feita pelas mesmas pessoas durante todo o período seguinte”, aponta a carta.
Os gestores destacaram ainda que a Recuperação Judicial da companhia será um processo longo, ruidoso ao fim do qual os únicos ganhadores serão os advogados envolvidos.
“Quanto mais tempo levar, menor a chance de alguma recuperação relevante para a companhia (e seus funcionários, fornecedores, credores e acionistas). ‣ Os três controladores da companhia, diante da escolha entre aportes para reparar um pedaço substancial da fraude, ou preservar sua reputação / legado, tem ficado silentes, mas claramente escolheram a opção financeira”, apontam.