
Durante a programação da BM&C News, o fundador da EducPay, VanDick Silveira e o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung, comentaram o que pode acontecer com o país e o cenário econômico com uma possível mudança da meta da inflação.
Nesse sentido, VanDick pontuou, inicialmente que, a meta de inflação é uma promessa que o Banco Central faz para o país e investidores estrangeiros. “Todas as vezes que essa promessa é modificada, existe uma quebra de confiança”, afirmou.
Significa que não conseguiremos atingir a meta, portanto, ela aumentará para gerar mais inflação o que impacta positivamente nas atividades econômicas, explicou VanDick.
“Isso porque, ela reduz a relação entre PIB e dívida, uma vez que a dívida é computada em valores nominais, e outro ponto, é o juro real, uma vez que vimos que o BC não irá baixar a taxa de juros, quando aumenta a inflação o valor real de juros cai e traz os espíritos animais de volta”, completou.
Preocupação dos especialistas
Na visão de VanDick, sua maior preocupação neste processo, é que se não houver uma meta de equilíbrio fiscal no curto e médio prazo, a trajetória da dívida pode ser muito problemática. “Em dois ou três anos o país pode quebrar”, afirmou.
O economista-chefe da Suno, comentou a projeção deles: “Nós [da Suno] temos um cálculo que fizemos na sexta-feira (6), da possibilidade que em 2023 paguemos até R$ 750 bilhões só do custo do serviço da dívida, algo que é muito elevado”.
Por outro lado, Sung afirmou que não vê a possibilidade do país quebrar 2023 ou em 2024. “É muito difícil, nunca ocorreu na história de ter um default gigante dessa forma, e o Brasil normalmente consegue dar um jeito historicamente falando”, afirmou.
“Minha preocupação é muito grande, porque isso vai manter os juros elevados e vai afetar a expectativa de inflação”, disse Sung.
Por fim, o economista-chefe da Suno destacou que a sinalização que o governo está dando de aumento de gastos pode a criar um ciclo ruim. “Ao meu ver, o governo deveria arrumar a casa no primeiro ano”” comentou.
“O ponto é que enquanto tivermos nebulosidade no cenário, ficaremos mais pessimistas, porque a trajetória da dívida para esse ano com o juros elevado vai começar a pisar no pagamento da dívida brasileira”, concluiu Sung.
Confira a análise na íntegra: