
Com a chegada de 2023, os grandes bancos e analistas já começaram suas análises a respeito de 2023 e suas perspectivas para o próximo ano, assim como fez o banco norte-americano Morgan Stanley. De acordo com seus analistas, os próximos 12 meses serão de um crescimento mais fraco, menos inflação e fim dos aumentos de juros.
Essas perspectivas vem de uma leitura que o mercado poderá passar a ter uma demanda excessiva do consumidor pós-COVID, estoques de varejo inchados e a batalha contra a inflação continuando. Além disso, o banco afirmou acreditar que o crescimento do PIB global chegará a apenas 2,2%, desafiando a recessão por pouco, mas abaixo do crescimento de 3% esperado para 2022.
Entretanto, apesar dessa visão mais pessimista, o banco vê a inflação atingindo um certo pico no quarto trimestre de 2022. Para o Morgan Stanley, a desaceleração da demanda, os descontos de preços devido a estoques elevados e preços de imóveis em queda, entre outros fatores, ajudarão a moderar a inflação, o que, por sua vez, deve estimular os principais bancos centrais a fizerem uma pausa e avaliarem sua recente série histórica de aumentos de juros.
Estados Unidos
De olho no cenário norte-americano, o banco vê um ambiente com menor crescimento e arrefecimento da inflação, o que pode, provavelmente, levar o Fed a conter a alta dos juros. “Esperamos que a meta atinja um pico de 4,5% a 4,75% até janeiro de 2023, mantenha-se nesse nível até 2023 e depois diminua constantemente ao longo de 2024”, explica o banco.
No mercado de trabalho, o Morgan Stanley acredita que, embora as empresas tenham desacelerado as contratações, as folhas de pagamento enxutas e a dificuldade em preencher cargos qualificados são contra as demissões generalizadas em 2023.
Europa
O Morgan Stanley espera que a economia da zona do euro contraia 0,2% em 2023 devido à crise energética em curso e ao aperto da política monetária. A inflação – que subiu para uma taxa anual sem precedentes de 10,7% em outubro de 2022 – deve permanecer bem acima da meta para o restante de 2022 e 2023.
“Achamos que o Banco Central Europeu, impulsionado por preocupações com a inflação, aumentará as taxas para 2,5% no primeiro trimestre de 2023 antes de começar a cortá-las no início de 2024”, diz Jens Eisenschmidt, economista-chefe da Europa do banco. O Morgan Stanley prevê que o PIB na região do euro registrará um crescimento de 0,9% do PIB em 2024, em comparação com a estimativa de consenso de 1,6%.