O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, participou na manhã da última quinta-feira (22), da cúpula do clima mundial, organizada pelo presidente norte-americano Joe Biden. O mercado ficou de olho em seu discurso, que foi muito diferente ao do ano passado, adotando uma postura mais apaziguadora.
Para te explicar onde isso afeta em seus investimentos, o CEO da Warren, Tito Gusmão, veio à BM&C News e nos contou sua opinião sobre o assunto.
Confira os destaques da entrevista:
Brasil na Cúpula do Clima
Para Gusmão, a postura de Bolsonaro foi melhor que a do ano passado, mas o investidor deve ficar de olho para ver se as promessas serão de fato cumpridas.
“Desde o ano passado diversas discussões vêm acontecendo com relação ao Brasil, o clima, né? Principalmente com as queimadas no início do ano passado, jogaram um holofote muito grande sobre o Brasil e isso estressa a nossa relação com com a Europa, principalmente a França”, afirmou o CEO da Warren.
Na ocasião, a declaração do presidente brasileiro gerou uma tensão com todo o bloco do Mercosul também. “Naquela ocasião, o bloco, inclusive, discutiu o relacionamento com o Mercosul como um todo. Então, o impacto foi bastante negativo. Esse movimento feito agora pelo Bolsonaro de tentar botar panos quentes, um discurso mais apaziguador, ele, sem dúvida, ajuda a melhorar as relações comerciais. Agora, cabe saber se, de fato, é só no discurso ou se vai, o que vai, o que foi falado, vai ser executado. Mas é uma linha muito positiva aí pro Brasil”, disse Gusmão.
“Repercussão da aprovação do Orçamento de 2021 foi muito positiva”
Com a decisão do governo de sancionar o Orçamento em vetar os R$ 19,8 bilhões em emendas parlamentares e outras despesas, o mercado parece ter ficado de bom humor aqui no Brasil. Outros R$ 9 bilhões de despesas não obrigatórias serão bloqueados através de decreto presidencial e esse valor será remanejado para bancar gastos obrigatórios.
O CEO da Warren afirmou que: “diria que foram direcionadas essas soluções, né? Houve uma redução de R$ 20 bilhões e desde ontem a repercussão tem sido muito positiva, com juros em queda, como vocês comentaram agora há pouco, o dólar em queda também, né? Na verdade, a gente teve uma semana inteira de dólares indo pra baixo e ontem foi um dia de forte queda, com quase 2% de baixa, com a moeda fechando em R$ 5,45. De um lado mostra que o governo está lento, né? Porque isso deveria ter sido aprovado ano passado e só foi aprovado perto da metade de 2021, mas ainda sim foi uma sinalização positiva. Então, aos trancos e barrancos, nós estamos conseguindo avançar. Nós, eu digo, o Governo, o país como um todo.”