Diante de uma série de opções de empresas para investir, fica difícil escolher qual ação colocar na carteira. Em 2021, mais de 400 empresas brasileiras estavam listadas na Bolsa de Valores brasileira (B3).
Com isso, surgem novos investidores. No Brasil, a Bolsa registrou um avanço de 38,3% no número de investidores pessoa física, para 4,408 milhões, em relação ao mesmo mês de 2021. Ante o mês de maio, a alta foi de 1,2%.
Pensando nisso, o professor da Top Traders, Wagner Caetano, selecionou as dez maiores empresas na Bolsa que, em sua visão, estão sendo negociadas a preço de banana, e avaliou o cenário gráfico de cada uma delas.
PETZ (PETZ3)
A Petz (PETZ3) é um ativo que acabou sendo penalizado pelo cenário de inflação, alta de juros, e fez com que corroesse o poder de compra do trabalhador, inibindo o consumo. Por isso, nos últimos três meses, quando a ação atingiu R$ 19,91, ela caiu 50%.
Apesar disso, é uma empresa sólida, uma das líderes do setor, negocia com um ótimo volume e tem volatilidade eficiente para uma recuperação rápida. “Então, a gente percebe um sinal de fundo, o candle do dia 27 de julho negou o candle do dia anterior, 26, eu chamo isso de barras gêmeas, e a gente percebe que com a alta de R$ 4,75, no fim do mês passado, confirmou esse sinal de fundo”, disse Caetano.
Desde quando começou a queda – na virada de março para abril -, em nenhum momento o ativo consolidou o preço acima da média móvel exponencial de 21 períodos, que é essa linha vermelha no gráfico abaixo, então, a ação precisa romper esse patamar.
“O ativo pode ter uma recuperação intensa, célere e até ser uma das surpresas positivas para agosto, pois acredito que tem um potencial para subir, pelo menos, 20% neste mês”, projetou.
“É uma das maiores pechinchas, uma ação sólida, negociada literalmente a preço de banana”, avaliou.

Lojas Marisa (AMAR3)
O setor de vestuário é um segmento que, geralmente, se recupera rapidamente, ainda mais quando se tem a definição de Selic terminal e a gente vê a inflação arrefecendo.
Na visão do especialista, Lojas Marisa (AMAR3) é um ativo que para julho poderia subir 30% a 40%, porém a ação subiu muito mais que isso, foi praticamente 50%. “Eu diria que para agosto pode subir pelo menos mais uns 30%”, completou.
No gráfico, é possível perceber que a ação já quebrou o padrão de topos e fundos descendentes, ela tem agora topos e fundos ascendentes, a linha vermelha na imagem – a média móvel de 21 períodos – tem sido suporte durante as correções nesse ziguezague ascendente.
“É uma ação que, para quem tiver paciência ao longo dos próximos meses, acho que ela pode dobrar, mas uma alta de 20%, 25% ou até 30% em agosto seria o caminho mais provável”, destacou.
“Se a gente observar a simetria, ela tem alvo a R$ 2,74 que é a máxima do dia 26 de maio, e é um ponto que, se for rompido, projeta R$ 3,40 para o ativo. Por isso, é uma ação que, no meu entendimento, é negociada a preço de banana em um valor muito menor do que ela vale”, concluiu.

Grupo Mateus (GMAT3)
A projeção de Caetano, no mês anterior, foi de que Grupo Mateus (GMAT3) poderia subir 50%. A ação saiu de R$ 3,21 para R$ 4,43, não subiu 50%, mas foi quase 40% e, ainda de acordo com o especialista, pode duplicar essa movimentação em agosto.
No gráfico da imagem abaixo, é possível perceber que a ação está rompendo a linha verde, que é uma linha de tendência de baixa, respeitou a linha vermelha na correção, que é a média de 21 períodos, e acima de R$ 4,40 faz um novo pivot de baixa, que é quando o topo mais recente é rompido.
“Grupo Mateus é uma ação que acredito que possa chegar próximo de R$ 5,64, que é a máxima do dia 4 de abril, no mês de agosto”, projetou.
“As pessoas acreditam muito em Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3), mas a minha preferência no setor é Grupo Mateus. Essa, eu acho que, é uma oportunidade excepcional até para duplicar capital, se o investidor tiver um pouco mais de paciência e puder esperar alguns meses”, avaliou.

Vale (VALE3)
Vale (VALE3) tem fundamentos descontados e é um ativo totalmente desalinhado do próprio minério, que está em processo de recuperação.
No gráfico, é possível perceber que todas as vezes que a ação tenta replicar essa linha vermelha, que é a média móvel exponencial de 21 períodos, ela faz barreira. No momento que romper ela vai embora.
“É um ativo que, quando entra em tendência, trabalha como se fosse um trator. Com isso, além da média móvel de 21 períodos, tem-se um ponto-chave, que após romper R$ 71,97 acionou um pivot”, analisou.
Dessa forma, Vale é uma ação clássica, para investidores que tem o perfil moderado, não é uma ação agressiva, e nesses níveis é uma oportunidade histórica de alocação.
Além do minério, a mineradora também está desalinhada em relação ao dólar, uma vez que ela exporta. No entanto, o ativo foi afetado por conta do lockdown na China, que aos poucos está reabrindo. Além disso, com a estimulação da economia, deve buscar um Produto Interno Bruto (PIB) de pelo menos 5% para 2022.

Aeris (AERI3)
O professor disse que Aeris (AERI3) é mais um ativo que derreteu, além de ser muito sensível ao fluxo.
“Em abril, a ação marcou topo a R$ 6,37 e é uma região de alvo. Na minha opinião, entre o final de agosto e início de setembro, o ativo pode dobrar”, avaliou.
Além disso, é possível perceber o ativo já inflexionando, tem um padrão de Ombro-Cabeça-Ombro invertido e um ziguezague ascendente. A ação cruzou a média vermelha, na imagem, de baixo para cima e, quando isso acontece, Caetano analisa que o ativo está em modo compra.
Nos dias 5 e 6 de julho, quando a ação começou o movimento, existe um espaço sem negócio, isso Caetano comentou chamar-se gap de fuga, então, com o rompimento de R$ 3,16, que é a máxima do dia 28 de junho, a próxima projeção é a máxima do dia 17 de maio, R$ 4,42.
Diante da análise o especialista avaliou como uma ação que, para agosto, pode ter uma alta de 30%, e que nesse patamar, é considerado uma pechincha. Com isso, quando não tem demanda, não tem fluxo forte, muitas vezes os ativos trabalham até abaixo de seu valor patrimonial, o que é o caso de Aeris, que é uma oportunidade de ouro para montar uma carteira.

Marcopolo (POMO4)
Assim como Vale, Caetano avaliou Marcopolo (POMO4) como mais uma empresa que foi impactada negativamente por causa do lockdown chinês.
Olhando a análise gráfica, o especialista destacou um padrão onde o ativo está tentando formar um fundo um pouco mais alto que o anterior. Formou um fundo no dia 5 de julho e tem o harami de fundo, a mulher grávida em japonês, que criou forma entre os dias 26 e 27 de julho.
“Se a gente pegar o fundo do dia 14 de junho, 5 e 27 de julho, tem um Ombro-Cabeça-Ombro invertido, mas ainda não é graficamente um sinal forte, mas como a ação tem fundamentos descontados e deve ser beneficiada por uma abertura gradual da China, até pela própria economia no Brasil, eu acho que é uma oportunidade também para ganhos de 20% a 25% para agosto”, pontuou.
“Olhando no horizonte de médio prazo, na minha opinião, é uma ação que pode subir entre 60 a 70% até o fim do ano”, destacou.

JHSF (JHSF3)
A JHSF (JHSF3) está entre as três melhores oportunidades do setor imobiliário, na avaliação do especialista.
Caetano disse que o ativo indica um padrão denominado fundo triplo. Os três fundos marcados em julho, com rompimento falso de R$ 5,42, entre os dias 26 e 27 do mês passado, teve uma barra negou a outra, no gráfico de ações.
Depois disso, o fundo do dia 14 do mesmo mês, chegou a fechar no dia 26 de julho a R$ 5,36 e, no pregão seguinte, no dia 27, esse padrão foi negado.
Além disso, o professor avaliou gaps acima dos preços, entre os dias 29 e 30, tem outro gap entre os dias 10 e 13 de junho, e que, por isso, a ação deve chegar em R$ 7 em agosto.
“JHSF hoje é um ativo extremamente descontado, chega a ser exótico esse preço que ela negocia, mas tem a questão do fluxo”, avaliou.
Analisando o IMOB – índice do setor imobiliário – o professor disse que o papel de JHSF demostra alguma reação, sendo ela uma ação premium, e que é natural que o ativo tenha apreciação em escalada de preço.

Smart Fit (SMFT3)
Caetano ressaltou que, no dia 4 de abril, a ação de Smart Fit (SMFT3) negociava em R$ 23,51. “Quem compra agora está comprando a ação com mais de 50% de desconto”, disse.
Olhando o gráfico de ações da companhia, o ativo quebrou o ziguezague descendente, acionou um pivot de alta, ao romper R$ 11,50, que é a máxima do dia 20 de julho, fez um pivot de alta, que significa ter inflexionado, reverteu as médias e estão cruzadas em modo compra.
“Então, é uma ação que também para agosto eu acredito em uma alta na ordem de 20% a 25%, mas para quem tiver emocional e disponibilidade financeira para segurar. Até o fim do ano é uma ação que eu acho que ela pode dobrar ou subir 50% a 60%, pelo menos”, avaliou.

Boa Safra (SOJA3)
Até pela falta de fluxo, Boa Safra (SOJA3) caiu muito forte, conforme avaliação de Caetano.
O professor ressaltou que no dia 31 de maio a ação negociou a R$ 13,65, o que significa que caiu muito forte nos últimos dois meses.
Na análise gráfica, o especialista enxergou uma simetria em “V”, com alvo a R$ 11,26, que vai ser suficiente para as médias cruzarem em modo compra. Dessa forma, o ativo precisa ficar acima da média de 21 períodos, onde é um ponto importante que divide o território comprador de vendedor.
“Eu acho que no mês de agosto esse ativo pode buscar algo perto de R$ 13,72, que é o topo do dia 1º de junho”, projetou.
Ainda na avaliação do especialista, a ação tem um bom up side, fundamentos extremamente descontados e é a representante do setor agrícola no portfólio.
“Esse movimento curto das últimas semanas, eu entendo como um movimento de acumulação, onde lá consegue fazer um movimento de recuperação”, disse.
“Desde de que a ação marcou a mínima, ficou alguns dias de lado, que é uma espécie de correção no tempo. Com isso, o ativo, geralmente, duplica. Tende a replicar esse movimento que veio anteriormente, isso vai embalar a ação e acredito que atraia os compradores, assim como sangue no mar atrai os tubarões”, comparou.

Grendene (GRND3)
Por fim, entre as empresas mais baratas da Bolsa, Caetano destacou Grendene (GRND3), que, em sua avaliação, é representante do setor calçadista.
No gráfico, o especialista pontuou uma quebra do padrão de topos e fundos descendentes, uma vez que a ação marcou a mínima a R$ 6,27, no dia 1° de julho, e depois no dia 19 do mesmo mês marcou um fundo mais alto que o anterior, o que Caetano chama de padrão da alavanca.
“A ação está prestes a cruzar as médias em modo compra e, com o êxito no rompimento de R$ 7,12, que é a máxima do dia 25 de julho, o ativo, provavelmente, vai fazer um movimento rápido rumo a R$ 7,71. Acima disso, é um ativo que pode buscar R$ 9 ainda no mês de agosto”, disse.
Dessa forma, Caetano avaliou Grendene como uma empresa extremamente descontada, com boa liquidez, boa volatilidade e ótimos fundamentos.

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