
A Intel quer amenizar a crise de abastecimentos de chips e, para isso, pediu apoio ao presidente americano, Joe Biden. A estratégia faz parte dos planos de retomada da liderança do mercado de chips semicondutores. O presidente-executivo da Intel e outros membros do conselho se reuniram com funcionários do governo Biden para promover um plano de investimento em chips de bilhões de dólares.
Essa foi apenas uma das reuniões que o chefe da Intel, Pat Gelsinger, deve fazer dentro de uma agenda global para conversar com líderes governamentais sobre o tema. E deve ter adesão ao projeto, uma vez que muitos países estão preocupados com o acesso a chips em um momento de escassez sem precedentes.
Mais fábricas
O que Gelsinger está levando nessa reunião é que a Intel tem planos para construir mais fábricas de chips e que também podem ajudar a reverter uma super concentração de fabricação de chips na Ásia impulsionada por incentivos lucrativos lá. Para isso, o projeto precisa de alguns bilhões de dólares em subsídios.
Importância do chip
Os chips semicondutores estão sendo comparados ao petróleo, um recurso de suma importância para a segurança nacional e o crescimento econômico. Autoridades entram em consenso quando se referem ao fato de que nenhum país quer se tornar dependente de um fornecedor estrangeiro, especialmente para os Estados Unidos e a Europa, se esse fornecedor for a China. A escassez de chips, que prejudicou a produção em diversos setores, entre eles o automotivo, telecomunicações, eletroeletrônicos entre outros, está sendo sentido em âmbito global.
Essa manobra pode ser a grande virada da Intel, que no ano passado perdeu o título de empresa de semicondutores mais valiosa da América para a desenvolvedora de chips gráficos Nvidia Corp. (NVDA). No segundo trimestre, a Samsung Electronics Co., da Coreia do Sul, ultrapassou a Intel como maior fabricante mundial de chips em receita.
Para voltar ao topo, Gelsinger está apostando neste projeto e se candidatou para receber subsídios do governo dos Estados Unidos de até US$ 3 bilhões por projeto de fábrica. O tema deve passar pelo Congresso americano antes de ir para a mesa de Biden. Gelsinger também espera que a União Européia ajude a compensar a diferença de custos entre a instalação dentro do bloco e a da Ásia. Essa diferença pode chegar a 40%, refletindo principalmente os subsídios disponíveis na Ásia, disse um representante da empresa.
Nos Estados Unidos, a Intel está investindo US$ 23,5 bilhões em novas fábricas no Arizona e no Novo México e perto da conclusão de uma expansão de US$ 3 bilhões no Oregon. Ela está avaliando locais em Nova York e Carolina do Norte para um futuro complexo de fábricas. Esse projeto pode incluir várias fábricas co-localizadas e custar US$ 100 bilhões ao longo de uma década, disse Gelsinger, refletindo a escala dos planos europeus da Intel. Entre os países na mira da Intel estão França, Holanda, Alemanha, Bruxelas e Itália.
Aquisições
A empresa está considerando o que seria sua maior aquisição, com um negócio potencial de US$ 30 bilhões junto a fabricante de chips GlobalFoundries Inc.