O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, aumentou em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros, a Selic, nesta quarta-feira (15). Assim, a taxa passa de 12,75% para 13,25% ao ano. Esse é o 11º aumento consecutivo e o mais alto desde janeiro de 2017.
“O Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2023”, diz o comunicado.
Para a próxima reunião, o Comitê antevê um novo ajuste, de igual (50 pb) ou menor magnitude (25 pb). “O Comitê nota que a crescente incerteza da atual conjuntura, aliada ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos ainda por serem observados, demanda cautela adicional em sua atuação. O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas”, informa o Banco Central.
O Copom prevê a Selic em 13,25% ao fim de 2022; 10% no fim de 2023 e de 7,5% em 2024.
“Incerteza sobre premissas de projeções é maior que o usual. O Copom preservará a estratégia até atingir desinflação e ancoragem das expectativas”.
Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações de renda variável da Ação Brasil, afirmou que o comunicado veio bem dentro do esperado pelo mercado. “Como o comitê iniciou o processo de aperto monetário muito antes dos EUA, os ajustes a partir de agora serão mais pontuais. Apesar dos indicadores de inflação estarem surpreendendo negativamente, os próximos ajustes serão para além de conter a alta da inflação, manter o nível de desemprego controlado, e sem deprimir a atividade econômica, o chamado “Soft Landing” (aterrisagem suave)”, disse.
Para Idean, é importante observar que o Copom deixou a porta aberta para novas altas mais “suaves”, não ignorando os riscos iminentes da inflação elevada. “A forma assertiva de comunicação tanto do Copom como do Fed se dá justamente para tentar não gerar pânico nos mercados e também para não aumentar a percepção de risco que já circula, e que, se não bem comunicada, poderia gerar um efeito manada, com a correção de preços dos ativos nos principais mercados”.
“É difícil imaginar que o problema da inflação seja resolvido no curto prazo e sem a geração de uma recessão nos próximos semestres. As medidas de altas de juros podem estar sendo ‘suaves’. Temos o custo do desemprego, atividade econômica deprimida, inflação galopante, o que pode levar a um período maior de reajustes, ainda que mais suaves”, ressaltou ele.
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