
A temporada de balanços nesse segundo trimestre vem movimentando as ações da bolsa brasileira, com resultados positivos e outros bastante negativos. O setor financeiro, especialmente os bancos tradicionais, como Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander, apresentou lucros bilionários, mas aparentemente não agradou parcela dos investidores.
O Bradesco divulgou os resultados no segundo trimestre na terça-feira e registrou lucro líquido recorrente de R$ 6,3 bilhões, alta de 63,2% na comparação anual. Porém, as ações registraram fortes quedas no pregão da quarta. A BBDC4 teve baixa de 4,36% nesse dia.
Outro exemplo é o Banco do Brasil, que anunciou na quarta, após o fechamento. Na semana, a empresa registrou três quedas consecutivas na semana, com a maior no dia posterior à divulgação, com variação negativa de 1,78% na quinta. A companhia registrou um aumento de 52,2% em seu lucro líquido no segundo trimestre de 2021, quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
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Os balanços não geraram animação aos acionistas desses bancos, mas de acordo com Vitor Carvalho, analista da InvestMind, em entrevista à BM&C News, os resultados eram esperados. “Senti que o mercado não ficou muito animado porque as expectativas eram muito altas e, de fato, os bancos não apresentaram nenhuma surpresa”, disse. ” Para a gente, que acompanha o mercado mais de perto, era basicamente isso que esperávamos.”
Perguntado se os grandes bancos estariam sofrendo ameaças das fintechs, Carvalho afirmou que o lucro deles não será afetado, mas os bancos digitais ameaçam na oferta de serviços. “Acreditamos que esses bancos serão muitos sólidos na parte de crédito, que é a maior parte da receita deles. Então, não vemos grandes ameaças de fintechs e bancos digitais nessa linha. A gente vê, sim, gerando uma certa ameaça nas linhas de serviços, que é onde tem as tarifas bancárias, e os grandes bancos sempre foram muito criticados no atendimento ao cliente final. Essas empresa acabam tapando esse gap.”
Vitor Carvalho finalizou destacando que os bancos tradicionais continuam atrativos e no radar dos investidores. “Esses bancos são empresas super consolidadas, que talvez estejam mais no radar do investidor que olha para uma carteira de dividendos, que gere uma renda mais recorrente. É mais uma questão de perfil”
Confira entrevista no vídeo a seguir:
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