
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou 1 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, nesta quarta-feira (4). Assim, a taxa passa de 4,5% para 5,25% ao ano, com objetivo de conter a pressão inflacionária.
A Selic fechou em maior nível desde de outubro de 2019. A decisão já era esperada pelo mercado financeiro.
Esse foi o quarto aumento em 2021. Especialistas avaliam que a taxa continuará aumentando neste ano. Segundo o Banco Central, a previsão é que a Selic termine 2021 além de 6,25%.
O Copom afirmou que a pressão inflacionária continua persistente, sobretudo entre os bens industriais, causando elevação dos núcleos. O comitê disse, ainda, que causou surpresa para os integrantes a alta da inflação dos serviços.
“Além disso, há novas pressões em componentes voláteis, como a possível elevação do adicional da bandeira tarifária e os novos aumentos nos preços de alimentos, ambos decorrentes de condições climáticas adversas. Em conjunto, esses fatores acarretam revisão significativa das projeções de curto prazo”, diz o comitê em nota.
De acordo com o Copom, uma possível reversão, ainda que parcial, do aumento recente nos preços das commodities internacionais em moeda local produziria trajetória de inflação abaixo do cenário básico.
“O Copom considera que, neste momento, a estratégia de ser mais tempestivo no ajuste da política monetária é a mais apropriada para garantir a ancoragem das expectativas de inflação. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, diz o comitê.
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Para Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, em entrevista à BM&C News, a elevação da taxa é um choque monetário muito forte para um curto período de tempo e daqui uns meses isso pode se traduzir em uma inflação um pouco menor.
“A política monetária no Brasil funciona, você pega os históricos de inflação e juros, eles se acompanham. Eu sei que agora, quando você está no olho do furacão, a inflação super descontrolada, pressões externas, parece que não, mas vai ter efeito, sim”, afirmou Gustavo.
Gustava disse, ainda, que subir a Selic para mais de 1 ponto no cenário de hoje é duvidar da capacidade do Banco Central e da Política monetária do país. É importante usar o histórico para ver se vai funcionar.
Assista a entrevista na íntegra:
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