Com a falta de componentes para a produção, especialmente de semicondutores, o mês passado foi o pior julho em vendas de automóveis para a indústria automobilística em 16 anos, com um total de 126,3 mil unidades, volume 7,3% inferior ao de junho e 8,4% menor que de igual mês do ano passado.
Somando os segmentos de comerciais leves, caminhões e ônibus, as vendas somaram 175,4 mil unidades, queda de 3,8% ante o mês anterior e pequena melhora de 0,6% na comparação com um ano atrás. No ano, foram vendidos até agora 1,25 milhão de veículos, 27% a mais que em igual período de 2020, ano prejudicado pela pandemia.
Os dados, antecipados pelo Estadão, foram confirmados nesta terça-feira (3) pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). A entidade credita o desempenho, em especial do segmento de automóveis, à escassez de produtos nas concessionárias em razão das dificuldades que a indústria enfrenta para a obtenção de peças e componentes.
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“Se a produção estivesse normalizada, principalmente para automóveis, poderíamos ter um crescimento ainda maior do que o previsto para este ano no setor”, afirma Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave. “O número de emplacamentos, até agora, mostra que o setor, no geral, mantém sua trajetória de recuperação, com um volume total próximo ao que registramos nos últimos anos, antes da pandemia”, diz, em nota.
Segundo ele, a dificuldade na obtenção de componentes – como os semicondutores -, segue como o principal gargalo para o segmento de automóveis e faz com que os estoques das concessionárias permaneçam em níveis criticamente baixos.
Ele ressalta que os comerciais leves, que têm menos dependência de componentes eletrônicos, mantêm recuperação, assim como o segmento de caminhões, que pode ter seu melhor ano. Há modelos com programação de entrega somente para janeiro em virtude da demanda.