Brasília está prestes a inaugurar um projeto que pode redesenhar a dinâmica da mobilidade aérea no país e reposicionar a capital federal como um novo eixo estratégico de conexões de alto nível.
Embora o Brasil já detenha a 2ª maior frota de helicópteros comerciais do mundo, com 1.798 aeronaves e 1.365 helipontos registrados, cerca de 90% dessa infraestrutura permanece concentrada nos grandes centros urbanos do Sudeste. O dado evidencia um gargalo relevante em regiões como o Distrito Federal, justamente em um momento de crescimento acelerado da demanda por mobilidade aérea executiva.
Impulsionada por executivos, investidores e empresários, a frota de helicópteros cresce a um ritmo de até 8% ao ano. É nesse contexto que surge um projeto estruturante: a construção de novos helipontos homologados integrados ao primeiro clube de negócios voltado exclusivamente para empresários com aeronaves próprias em Brasília.
Novo helicentro e expansão da malha aérea
O helicentro será inaugurado em janeiro de 2026 e pretende consolidar Brasília como um novo polo de mobilidade executiva. A expansão prevê três novos helipontos homologados na capital, cada um com capacidade para até 25 helicópteros, formando uma rede inédita de pouso e decolagem.
Atualmente, apesar da elevada demanda, Brasília conta com apenas um heliponto operacional dentro do aeroporto. A nova infraestrutura busca corrigir essa defasagem e atender a um público que exige agilidade, segurança e privacidade.
A viabilização do projeto ocorre por meio da venda de cotas de aeronaves, com valores entre R$ 500 mil e R$ 5 milhões, com adesão condicionada à posse de uma aeronave. Além da infraestrutura aérea, os cotistas terão acesso a um ecossistema de experiências de alto padrão, incluindo eventos exclusivos, encontros sociais privados, experiências gastronômicas e acesso a embarcações selecionadas.
Rotas estratégicas e financiamento
A iniciativa prevê rotas estratégicas partindo de Brasília para destinos como Goiânia, Chapada dos Veadeiros, Unaí, Pirenópolis, Anápolis e Rio Verde, na operação inicial. O objetivo é encurtar distâncias e conectar, em poucos minutos, polos relevantes do Centro-Oeste com importância econômica, turística e agroindustrial.
A estrutura financeira do projeto conta com investidores especializados e empresários do setor, que vão oferecer parcelamento das cotas com garantia imobiliária. A proposta amplia o acesso à aviação executiva, com parcelas mensais a partir de R$ 7.000, algo até então pouco comum em um mercado tradicionalmente restrito.
Clube de negócios e ecossistema empresarial
O projeto vai além da mobilidade aérea. O Helicentro BSB será a base de um clube de negócios altamente segmentado, com projeção de reunir entre 200 e 300 empresários nos próximos cinco anos.
O modelo já conta com sócios estratégicos com forte influência em Brasília e atuação em setores de alta circulação de capital, como advocacia, política, mercado financeiro e tecnologia. A proposta é estruturar uma rede robusta, em que os membros compartilhem não apenas o uso de aeronaves, mas também oportunidades concretas de negócios, impulsionando um ecossistema de alto valor agregado.
“Brasília precisava de uma estrutura compatível com o nível das negociações que acontecem aqui. Estamos falando de empresários, investidores e tomadores de decisão que movimentam cifras bilionárias e precisam de agilidade, exclusividade e privacidade para fazer negócios”, destaca a direção do projeto.
Próximos passos e expansão regional
Além do clube e dos helipontos, a estratégia contempla a comercialização de pacotes de passeios aéreos voltados ao público corporativo, com foco em premiações para executivos e colaboradores por meio de experiências de alto padrão.
A operação também inclui planos de expansão para cidades como Goiânia e outras capitais estratégicas do Centro-Oeste, com a formação de uma malha regional de mobilidade aérea.
O aeroclube, que funcionará como base operacional e social do projeto, está com obras previstas para conclusão em agosto e terá inauguração oficial no mesmo mês, coincidindo com o início da operação dos helipontos e da venda de cotas. A negociação de um patrocínio com grandes bancos nacionais também está em andamento, incluindo os direitos de nome da sala VIP do empreendimento.