O processo industrial de tratamento em autoclave revolucionou o setor madeireiro ao permitir que espécies de reflorestamento durem mais de 15 anos. Essa tecnologia oferece uma solução viável para substituir madeiras nobres, combinando sustentabilidade e resistência mecânica.
A solução econômica para a escassez de madeira nativa
Antigamente, o mercado priorizava a madeira de lei, mas as restrições ambientais e o alto custo tornaram essa opção cada vez mais inviável. A alternativa encontrada foi o uso de espécies de rápido crescimento, que chegam a ser 20% mais baratas que as nativas.
No entanto, matérias-primas como Eucalipto e Pinus possuem baixa durabilidade natural e apodrecem em até dois anos se expostas ao tempo. A aplicação da técnica de autoclave resolve esse problema, impregnando a fibra com conservantes de alta eficácia.

Como funciona o ciclo químico de preservação?
A etapa inicial e crítica é a secagem, onde a madeira deve perder umidade em estufas até atingir níveis entre 15% e 18%. Se as peças estiverem úmidas, o produto químico não penetra corretamente nos poros, comprometendo o resultado final.
Dentro do cilindro de aço selado, um vácuo inicial remove todo o ar do interior da madeira para abrir caminho aos preservantes. Em seguida, injeta-se uma solução chamada CCA (Cromo, Cobre e Arsênio) sob alta pressão, substituindo a seiva original pelo imunizante.
Confira as etapas principais que garantem a blindagem da madeira contra o apodrecimento:
- Preparo: Secagem rigorosa para uniformizar a umidade das peças antes da entrada no cilindro.
- Impregnação: Aplicação de pressão para forçar a entrada da solução química nas fibras.
- Cura: Período de gotejamento de 24 horas em área de concreto para fixação total do produto tóxico.
Diferenças técnicas entre Pinus e Eucalipto
O comportamento do Pinus durante o processo é superior devido à sua permeabilidade natural, permitindo que o tratamento atinja 100% da peça. Por ser totalmente penetrável, ele utiliza uma concentração química menor, em torno de 1,2%.
Já o Eucalipto exige uma carga química mais potente, de cerca de 1,8%, pois sua estrutura é mais densa e refratária. O tratamento consegue proteger apenas a parte externa, conhecida como borne, deixando o núcleo da tora intacto.
Quem deseja construir com madeira que dura por décadas, vai curtir esse vídeo especialmente selecionado do canal Vale Agrícola, que conta com mais de 820 mil inscritos, onde a equipe mostra detalhadamente o processo de tratamento em autoclave, revelando como transformar eucalipto e pinus em materiais altamente resistentes ao tempo e ao apodrecimento:
Quais os cuidados obrigatórios na manutenção?
Ao realizar cortes ou furos em peças tratadas, o cerne (miolo) da madeira pode ficar exposto, criando uma porta de entrada para fungos e umidade. É fundamental aplicar um produto protetor específico em qualquer superfície recém-serrada para manter a integridade da barreira química.
Além da proteção contra apodrecimento, o acabamento estético exige o uso de verniz com proteção UV ou tinta. O tratamento industrial blinda a madeira contra organismos xilófagos, mas não impede o ressecamento ou rachaduras causadas pela exposição direta ao sol.
Antes de iniciar sua obra, verifique sempre se o fornecedor segue as normas técnicas de tratamento para garantir a segurança da estrutura.
Sobre a tecnologia de autoclave
- O sistema de vácuo e pressão insere conservantes profundos que prolongam a vida útil da madeira por mais de uma década.
- O tratamento do Eucalipto protege apenas a camada externa, exigindo retoques químicos manuais em caso de cortes ou perfurações.
- A madeira tratada deve passar por um período de secagem e fixação de 24 horas antes de ser manuseada com segurança.

