O preço do ouro atingiu seu recorde histórico, impulsionado por incertezas econômicas que levam investidores e pessoas comuns a buscar segurança. Essa corrida global pelo metal precioso, no entanto, gera graves consequências ambientais e sociais em países produtores.
Por que o preço do ouro está subindo tanto?
O ouro é historicamente considerado um ativo de refúgio seguro, um porto seguro para onde o capital migra em tempos de instabilidade. A cotação do metal disparou em crises passadas, como a financeira de 2008 e a recessão de 2020, e a tendência se repete diante das atuais tensões geopolíticas e econômicas.

Essa percepção de segurança faz com que a procura aumente drasticamente, elevando o valor. Grandes bancos de investimento, como o Goldman Sachs, já preveem que o metal atinja novos recordes até o final do ano, consolidando seu status como proteção contra a volatilidade do mercado.
Leia também: Stryker: O veículo de combate de elite que custou US$ 21,6 bilhões ao Exército dos EUA
Quem está comprando ouro e impulsionando essa demanda?
A demanda vem de todos os lados: desde bancos centrais, que buscam fortalecer suas reservas, até o pequeno investidor. A “febre do ouro” se tornou tão intensa que varejistas como a Costco, nos EUA, passaram a vender barras de ouro que esgotam em poucas horas, limitando a compra por cliente.
Essa corrida pelo metal precioso se manifesta de várias formas, refletindo o desejo das pessoas de converter seu patrimônio em um ativo físico e universalmente valorizado.
Fontes da “Febre do Ouro”:
Vendas no varejo para o consumidor final.
Pessoas vendendo joias antigas para lucrar com a alta.
Aumento da mineração de lixo eletrônico (e-waste).
Quais os impactos negativos dessa corrida pelo ouro?
A alta demanda impulsiona a mineração, muitas vezes de forma predatória, em países ricos em ouro, como a Libéria. Empresas estrangeiras competem com mineradores locais, que trabalham em pequena escala e com ferramentas básicas, gerando um desequilíbrio social e econômico.
O impacto ambiental é devastador. A falta de fiscalização, um desafio para órgãos como o Ministério de Minas e Energia (MME) no Brasil, permite a exploração ilegal, que contamina rios e solos, causando danos irreversíveis à saúde das comunidades locais e ao meio ambiente.
Danos socioambientais da mineração:
Uso de mercúrio, que causa danos neurológicos.
Desmatamento e erosão do solo.
Violações de protocolos ambientais por grandes mineradoras.
Desvio e poluição de rios.
O ouro pode acabar? Qual o futuro da mineração?
A falta de supervisão governamental em áreas remotas permite que a mineração ilegal prospere, dificultando o controle dos danos. Essa exploração desenfreada acelera o esgotamento de um recurso finito, tornando o futuro da mineração uma grande incógnita.
Para aprofundar a compreensão sobre a valorização do ouro e seus impactos globais, selecionamos o conteúdo do canal Business Insider, que já conta com mais de 776 mil visualizações. No vídeo a seguir, o especialista do canal analisa visualmente a alta histórica do preço do ouro, as razões econômicas por trás do aumento e as consequências ambientais da mineração:
Cientistas estimam que, no ritmo atual, as reservas de ouro exploráveis podem se esgotar até 2050. Essa crescente raridade, combinada com seu papel como reserva de valor, conforme monitorado pelo Banco Central do Brasil, tende a tornar o metal ainda mais caro no futuro.
| Vetor | Descrição | Impacto no Preço |
| Incerteza Econômica | Crises, inflação e instabilidade política. | Positivo (aumenta a procura por segurança). |
| Procura Varejista | Pessoas comuns comprando ouro físico. | Positivo (aumenta a demanda direta). |
| Escassez Futura | Esgotamento das reservas minerais. | Positivo (aumenta o valor a longo prazo). |

