O setor de serviços avançou 0,3% em outubro, na comparação com setembro, marcando o nono resultado positivo consecutivo, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada nesta sexta-feira (12) pelo IBGE.
Com o desempenho, o volume de serviços atingiu novo patamar recorde da série histórica e passou a operar 20,1% acima do nível pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020.
Na comparação com outubro de 2024, o crescimento foi de 2,2%, acumulando 19 taxas positivas consecutivas nessa base. Apesar disso, os dados mostram desaceleração nos acumulados, com alta de 2,8% no ano e também em 12 meses, abaixo do ritmo observado até setembro (3,1%).
Transportes seguem liderando o setor de serviços, enquanto consumo presencial perde tração
O avanço de outubro foi disseminado entre as atividades, com destaque para transportes, que cresceram 1,0%, impulsionados principalmente pelo transporte aéreo de passageiros e pelo transporte rodoviário de cargas, favorecido pelo escoamento da safra agrícola recorde e pela demanda do comércio eletrônico.
Também houve avanço em outros serviços (+0,5%), informação e comunicação (+0,3%), serviços profissionais e administrativos (+0,1%) e serviços prestados às famílias (+0,1%). O IBGE destaca que os serviços de tecnologia da informação (TI) seguem como vetor estrutural de crescimento, sustentados por demanda por digitalização, armazenamento em nuvem, desenvolvimento de aplicativos e consultoria em TI.
Por outro lado, os serviços às famílias continuam mostrando recuperação mais lenta e irregular, refletindo a normalização pós-pandemia e um ambiente de menor dinamismo do consumo presencial.
Economistas apontam desaceleração gradual do setor
Para Leonardo Costa, economista do ASA, o resultado confirma uma perda gradual de fôlego, apesar do nível ainda elevado de atividade.
“O crescimento mensal de 0,3% marcou o nono resultado positivo consecutivo, mas os acumulados em 12 meses e no ano desaceleraram para 2,8%, sinalizando perda de tração após um período prolongado de expansão”, afirma.
Segundo Costa, transportes e outros serviços sustentaram o avanço recente, enquanto informação e comunicação permanece como o principal vetor estrutural do setor, impulsionado pelos serviços de TI. Já os serviços prestados às famílias seguem com desempenho mais fraco, e os serviços profissionais e administrativos mostram sinais de arrefecimento no comparativo interanual.
“O setor segue dando suporte ao PIB, mas sem indicar nova aceleração. Seguimos com projeção de PIB próximo de zero no quarto trimestre de 2025”, avalia o economista.
PIB do 4º trimestre pode ser ligeiramente melhor
Na mesma linha, Maykon Douglas, economista, avalia que o setor entrou na reta final do ano com um carry-over positivo, mas reforça o diagnóstico de desaceleração da atividade.
“O setor de serviços iniciou o fim do ano com um carry-over de 0,8%, com ótimo desempenho dos transportes, tanto pelo aumento da demanda por passageiros quanto pelo escoamento da safra recorde”, afirma.
Segundo Douglas, no entanto, a perda de fôlego dos serviços às famílias não é favorável para o crescimento do PIB. Ainda assim, os dados de atividade de outubro sugerem um desempenho ligeiramente melhor no quarto trimestre em relação ao terceiro.
“O dado de hoje reforça a gradual desaceleração da economia. No entanto, os dados de atividade para o mês de outubro sugerem um PIB um pouquinho melhor no quarto trimestre, em relação ao terceiro, algo entre 0,2% e 0,3% de alta. A ver se isso se concretiza.”, conclui.













