Nas grandes montanhas do mundo, como o Evereste, existe um limite a partir do qual o corpo humano simplesmente não consegue sobreviver por muito tempo: a zona da morte. Esse termo define altitudes acima de 8.000 metros, onde a pressão atmosférica e a baixíssima concentração de oxigênio levam o corpo a um colapso progressivo.
O que define a ‘zona da morte’ e por que ela tem esse nome?
A zona da morte é definida pela altitude onde a pressão parcial de oxigênio no ar é insuficiente para sustentar a vida humana. Acima dos 8.000 metros, o corpo consome oxigênio mais rápido do que é capaz de repor, mesmo em repouso, iniciando um processo de deterioração celular.
O nome reflete essa realidade fisiológica brutal: cada minuto gasto nessa altitude é um passo em direção ao colapso. Fatores como o frio extremo, que pode chegar a -60 °C, e a baixa pressão agravam os efeitos da falta de oxigênio, tornando a sobrevivência uma corrida contra o relógio.
selecionamos o conteúdo do canal Nerdologia, que já conta com mais de 800 mil visualizações. No vídeo a seguir, o especialista Átila detalha sobre o fenômeno:
Como a falta de oxigênio afeta o corpo humano?
A condição médica causada pela falta de oxigênio é chamada de hipóxia. Na zona da morte, a hipóxia é tão severa que desencadeia uma cascata de falhas no organismo. O coração acelera para tentar compensar a falta de oxigênio no sangue, a respiração se torna ofegante e o sistema digestivo para de funcionar.
Esse estado de crise consome rapidamente as reservas de energia do corpo, levando a uma exaustão extrema e aumentando drasticamente o risco de congelamento dos membros (frostbite). A seguir, listamos alguns dos principais efeitos da hipóxia severa no corpo.
Principais efeitos físicos da hipóxia:
Aumento crítico da frequência cardíaca e respiratória.
Parada do sistema digestivo.
Exaustão muscular e fadiga extrema.
Risco elevado de congelamento (frostbite) e hipotermia.
Quais são os efeitos diretos da ‘zona da morte’ no cérebro?

O cérebro é o órgão que mais sofre com a hipóxia, pois consome cerca de 20% do oxigênio do corpo. Com o suprimento reduzido, as funções cognitivas são as primeiras a serem afetadas, comprometendo a capacidade de tomar decisões racionais, a coordenação motora e o julgamento, o que é fatal para um alpinista.
Em casos extremos, a hipóxia pode levar a duas condições médicas fatais: o Edema Cerebral de Alta Altitude (ECEA), um inchaço do cérebro, e o Edema Pulmonar de Alta Altitude (EPEA), o acúmulo de líquido nos pulmões. Inúmeras pesquisas científicas buscam entender melhor esses mecanismos para aumentar a segurança em grandes altitudes.
Riscos neurológicos e pulmonares:
ECEA: Causa confusão mental, alucinações e pode levar ao coma.
EPEA: Provoca tosse com secreção espumosa e insuficiência respiratória.
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É possível se aclimatar ou treinar para a ‘zona da morte’?
Não, é impossível se aclimatar totalmente à zona da morte. A aclimatação, processo em que o corpo se adapta gradualmente a altitudes menores, é crucial para chegar aos 8.000 metros, mas não para permanecer lá. A estratégia usada pelos alpinistas é “subir alto, dormir baixo” para preparar o corpo para o estresse final.
A única forma de sobreviver na zona da morte é minimizar o tempo de exposição e usar oxigênio suplementar. Essas medidas não eliminam os riscos, apenas os adiam. A preservação da saúde humana em ambientes extremos continua a ser um dos maiores desafios da fisiologia.
| Estratégia | Objetivo Principal | Efetividade na Zona da Morte |
| Aclimatação | Preparar o corpo para altitudes elevadas (abaixo de 8.000 m). | Ineficaz. O corpo se deteriora independentemente. |
| Oxigênio Suplementar | Aumentar a concentração de oxigênio no sangue. | Crucial. Aumenta a janela de sobrevivência, mas não elimina o risco. |
| Minimizar o Tempo | Entrar e sair da zona o mais rápido possível. | A única estratégia de sobrevivência real e universal. |

