BM&C NEWS
  • AO VIVO 🔴
  • MERCADOS
  • EMPRESAS E NEGÓCIOS
  • Análises
  • ECONOMIA
Sem resultado
Veja todos os resultados
  • AO VIVO 🔴
  • MERCADOS
  • EMPRESAS E NEGÓCIOS
  • Análises
  • ECONOMIA
Sem resultado
Veja todos os resultados
BM&C NEWS
Sem resultado
Veja todos os resultados

Por que a Emenda 4 pode definir o futuro da inovação no Brasil

Renata NunesPor Renata Nunes
11/12/2025

A Emenda 4 recolocou a política de propriedade industrial no centro da agenda em Brasília. Ao propor um novo padrão de proteção efetiva para patentes afetadas por atrasos do Estado, o dispositivo passou a concentrar a disputa legislativa por tocar no coração do ambiente de inovação: a previsibilidade jurídica.

Sua aprovação, ou rejeição, influencia diretamente decisões de investimento, a capacidade de universidades firmarem parcerias e a competitividade de empresas que dependem de segurança regulatória para desenvolver tecnologia no Brasil.

O que está em jogo com a Emenda 4?

A Emenda 4 estabelece que, sempre que o Estado ultrapassar o prazo legal para analisar um pedido de patente, o titular terá direito a uma compensação que preserve a proteção efetiva originalmente garantida em lei.

Na prática, significa impedir que a demora estatal reduza o período de exclusividade do inventor. O mecanismo não cria extensões arbitrárias, mas corrige perdas causadas pelo próprio poder público, alinhando o Brasil a práticas adotadas em países como Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul.

No contexto brasileiro, onde pedidos de patente já chegaram a esperar mais de uma década para serem examinados, a emenda busca evitar que o atraso corroa a segurança jurídica necessária para financiar pesquisas e desenvolver tecnologias.

É por isso que o dispositivo se tornou o ponto mais tenso do debate: ele define se o país oferecerá ou não um horizonte previsível para quem investe em inovação de longo prazo.

Previsibilidade jurídica: o pilar invisível da inovação

Nenhum investimento em tecnologia ocorre sem horizonte claro. Empresas nacionais e estrangeiras, fundos de venture capital, universidades e centros de pesquisa dependem de regras estáveis para planejar ciclos de estudo, testes, registro e comercialização de tecnologias.

Quando o prazo de proteção pode ser encurtado por falhas do próprio Estado, toda a cadeia de inovação perde previsibilidade. O risco aumenta, o custo de capital sobe e o Brasil passa a competir em desvantagem com países que oferecem ambientes regulatórios mais estáveis.

“Quando as regras podem mudar a qualquer momento, criam-se incentivos perversos. As empresas deixam de investir tempo em entender o marco regulatório, porque partem do princípio de que tudo vai mudar em breve. E, em vez de buscar produtividade, acabam gastando energia e recursos tentando antecipar ou influenciar a próxima mudança das regras. No longo prazo, essa dinâmica prejudica toda a economia“, avalia o economista Caio Augusto,

Investimentos, P&D e decisões empresariais

Empresas que consideram instalar laboratórios, fábricas e centros de desenvolvimento no Brasil avaliam não apenas incentivos fiscais ou tamanho do mercado consumidor: o fator decisivo é a segurança regulatória.

Ambientes instáveis, onde regras mudam com frequência ou onde a proteção à inovação é incerta, afastam investimentos de alto valor agregado.

“Para multinacionais, previsibilidade pesa tanto quanto tamanho de mercado. Por isso tantas empresas preferem operar de países vizinhos e vender para o Brasil, em vez de se instalar aqui. Não é apenas carga tributária; é a dificuldade de fazer negócios num ambiente em que as regras mudam o tempo todo”, conclui Augusto.

A Emenda 4, nesse contexto, funciona como um recado institucional: o país está disposto ou não a garantir um ambiente de proteção adequado ao inovador?

Universidades, pesquisadores e royalties: os efeitos fora da política

O impacto da Emenda 4 também chega ao mundo acadêmico. Pesquisadores que atuam em parceria com o setor privado dependem de contratos de longo prazo, transferência de tecnologia e royalties gerados por licenciamento. Quando a proteção é incerta, empresas relutam em investir em projetos de risco.

Além disso, a instabilidade reduz a capacidade de universidades brasileiras de competir com instituições internacionais, que já operam com mecanismos de compensação por atraso.

Competitividade industrial e a chance perdida

A disputa por cadeias globais de valor exige que países ofereçam um ecossistema capaz de absorver tecnologias e convertê-las em produtos de alto conteúdo tecnológico. Sem mecanismos de proteção adequados, setores como o farmacêutico, biotecnológico, químico, automotivo e eletroeletrônico enfrentam desvantagens competitivas.

Insegurança regulatória é custo. E custo elevado significa perda de competitividade, um obstáculo que o Brasil já enfrenta em vários setores.

“A falta de previsibilidade regulatória é um dos principais entraves ao crescimento econômico do Brasil. O empresário não consegue saber como vai terminar o ano do ponto de vista fiscal e tributário. Em muitos casos, ele leva meses apenas para cumprir obrigações básicas, e qualquer mudança pode inviabilizar um setor inteiro. Como fazer investimentos de cinco ou dez anos se, a cada três meses, há risco de tudo mudar?”, destaca Everton Dias, economista-chefe e sócio da Legado Investimentos

A batalha no Congresso: como a Emenda 4 virou divisor de águas

A audiência pública no Senado expôs a intensidade da disputa. De um lado, juristas, economistas, entidades empresariais e universidades argumentam que a compensação por atraso é fundamental para alinhar o Brasil a padrões internacionais.

De outro, grupos contrários afirmam que a emenda poderia ampliar monopólios, embora a regra apenas compense atrasos estatais e não prolongue prazos arbitrariamente.

Cenários possíveis: o Brasil com e sem a Emenda 4

Com a Emenda 4, o Brasil passa a operar sob parâmetros mais próximos dos adotados por economias avançadas. O dispositivo reforça a previsibilidade regulatória, reduz incertezas jurídicas e cria um ambiente mais favorável para investimentos de longo prazo em inovação.

Leia Mais

BRASÍLIA E INOVAÇÃO

O que Brasília precisa destravar para o Brasil voltar a inovar

13 de dezembro de 2025
Lula

Lula não vence em nenhum dos cenários de 2º turno, aponta pesquisa

12 de dezembro de 2025

Ao trazer maior segurança para parcerias entre universidades e empresas, a emenda sinaliza compromisso institucional com ciência, tecnologia e desenvolvimento industrial.

Sem a Emenda 4, o país preserva um cenário de alto risco regulatório, um dos principais obstáculos apontados por empresas e pesquisadores. A ausência do dispositivo tende a frear investimentos estruturantes, manter universidades mais expostas a disputas jurídicas e transmitir ao mercado a percepção de que o Brasil ainda não consegue estabilizar regras essenciais para atrair inovação.

“Se já é difícil para quem mora no Brasil, imagine para o investidor internacional. Ele compara o país com Chile, México ou outros emergentes e vê um ambiente onde não há clareza de regras. Isso afasta o capital de longo prazo. Para investimentos produtivos, o Brasil poderia atrair três vezes mais recursos se tivesse um ambiente regulatório estável e transparente.”, conclui Everton Dias.

A disputa que redefine a inovação no Brasil

A discussão sobre a Emenda 4 expõe um ponto estrutural da economia brasileira: a dificuldade de transformar inovação em política de Estado. Mais do que um dispositivo técnico, a proposta testa a capacidade do país de criar um marco regulatório estável, capaz de sustentar investimentos de longo prazo e integrar o Brasil às cadeias globais de tecnologia.

A forma como o Congresso decidir essa questão indicará se o país pretende avançar para um ambiente de previsibilidade ou permanecer preso ao ciclo de incertezas que limita sua competitividade há décadas.

EMENDA 4 É TEMA DE DISCUSSÃO EM BRASÍLIA

Por que a Emenda 4 pode definir o futuro da inovação no Brasil. Créditos: depositphotos.com / [email protected]

Leia

Ibovespa, câmbio e política: os primeiros sinais do risco de 2026

O que Brasília precisa destravar para o Brasil voltar a inovar

juro real
INVESTIMENTOS E FINANÇAS

Juro real elevado vai definir a estratégia para renda fixa em 2026

13 de dezembro de 2025

O juro real voltou ao centro das decisões de alocação e deve ser um dos principais vetores de estratégia das...

Leia maisDetails
MERCADO
ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Cenário político e decisões monetárias marcam semana no mercado

12 de dezembro de 2025

A semana foi marcada por um vaivém de expectativas nos mercados globais e locais, combinando política, decisões de bancos centrais...

Leia maisDetails
Marco Saravalle analisa mercado em 2026
MERCADOS

Ibovespa, câmbio e política: os primeiros sinais do risco de 2026

13 de dezembro de 2025
BRASÍLIA E INOVAÇÃO
POLÍTICA

O que Brasília precisa destravar para o Brasil voltar a inovar

13 de dezembro de 2025
juro real
INVESTIMENTOS E FINANÇAS

Juro real elevado vai definir a estratégia para renda fixa em 2026

13 de dezembro de 2025
MERCADO
ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Cenário político e decisões monetárias marcam semana no mercado

12 de dezembro de 2025

Leia Mais

Marco Saravalle analisa mercado em 2026

Ibovespa, câmbio e política: os primeiros sinais do risco de 2026

13 de dezembro de 2025

A discussão sobre o cenário eleitoral de 2026 já começa a produzir efeitos no mercado financeiro brasileiro, ainda que, na...

BRASÍLIA E INOVAÇÃO

O que Brasília precisa destravar para o Brasil voltar a inovar

13 de dezembro de 2025

O Brasil avançou na produção científica nas últimas décadas, mas continua distante de transformar conhecimento em inovação. A razão para...

juro real

Juro real elevado vai definir a estratégia para renda fixa em 2026

13 de dezembro de 2025

O juro real voltou ao centro das decisões de alocação e deve ser um dos principais vetores de estratégia das...

MERCADO

Cenário político e decisões monetárias marcam semana no mercado

12 de dezembro de 2025

A semana foi marcada por um vaivém de expectativas nos mercados globais e locais, combinando política, decisões de bancos centrais...

Lula

Lula não vence em nenhum dos cenários de 2º turno, aponta pesquisa

12 de dezembro de 2025

A corrida eleitoral para 2026 começa a ganhar contornos mais definidos. Pesquisa nacional divulgada pela Futura Inteligência, em parceria com...

ministro Alexandre de Moraes

EUA retiram Alexandre de Moraes da lista de sanções da Lei Magnitsky

12 de dezembro de 2025

O governo dos Estados Unidos retirou o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, e sua esposa, Viviane Barci...

Polarização política ultrapassa as eleições e impacta empresas, carreira e consumo. Foto: BM&C News.

Polarização política ultrapassa as eleições e impacta empresas, carreira e consumo

12 de dezembro de 2025

A polarização política deixou de ser um fenômeno restrito ao debate eleitoral e passou a influenciar diretamente o ambiente corporativo,...

BRK AMBIENTAL

IPO à vista? BRK Ambiental protocola pedido de registro na CVM

12 de dezembro de 2025

A BRK Ambiental protocolou na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o pedido de registro para realização de sua oferta pública...

AÇÕES MAIS NEGOCIADAS DA B3

Petrobras retoma liderança entre ações mais negociadas da B3 em novembro

12 de dezembro de 2025

A Petrobras voltou a ocupar a primeira posição no ranking de ações mais negociadas da B3 em novembro, segundo levantamento do...

ATRASO NAS PATENTES TRAVAM A INOVAÇÃO

O efeito dominó das patentes travadas: como o atraso do INPI paralisa a inovação no Brasil

12 de dezembro de 2025

O sistema de propriedade intelectual brasileiro continua operando em velocidade incompatível com o ciclo global de inovação. Apesar de avanços...

Veja mais

COPYRIGHT © 2025 BM&C NEWS. TODO OS DIREITOS RESERVADOS.

Bem-vindo!

Faça login na conta

Lembrar senha

Retrieve your password

Insira os detalhes para redefinir a senha

Conectar

Adicionar nova lista de reprodução

Sem resultado
Veja todos os resultados
  • AO VIVO 🔴
  • MERCADOS
  • EMPRESAS E NEGÓCIOS
  • Análises
  • ECONOMIA

COPYRIGHT © 2025 BM&C NEWS. TODO OS DIREITOS RESERVADOS.