O Ibovespa fechou a sessão desta sexta-feira (05) com queda de 4,31%, aos 157.369,36 pontos, no pior desempenho diário desde 2021. O movimento interrompeu uma sequência de recordes recentes e surpreendeu investidores pela velocidade da correção, especialmente após dias de forte otimismo.
O índice chegou a tocar uma máxima intradia histórica de 165.035,97 pontos antes de virar para baixa, indicando um pregão de forte volatilidade. Além disso, o volume financeiro somou cerca de R$ 44,4 bilhões, reforçando a intensidade dos ajustes e o caráter amplamente disseminado das quedas entre os principais setores.
O que explica a virada brusca do mercado?
A reversão foi motivada sobretudo por um episódio político: o anúncio de que Flávio Bolsonaro será o candidato da família à Presidência em 2026. Nesse sentido, o mercado interpretou o gesto como um aumento na incerteza fiscal e na fragmentação da oposição, fatores que elevam a percepção de risco entre investidores.
Por outro lado, o impacto foi imediato em diversas classes de ativos, com avanço na aversão ao risco, aumento dos juros futuros e forte pressão sobre companhias sensíveis ao cenário macroeconômico. Enquanto isso, setores historicamente resilientes também acompanharam o movimento, evidenciando um ajuste generalizado.
Quais setores mais sentiram o impacto?
A sessão foi marcada por perdas amplas, atingindo praticamente todas as áreas listadas no Ibovespa. Além disso, algumas ações sofreram quedas particularmente acentuadas, refletindo maior sensibilidade ao noticiário político e fiscal.
- Bancos: recuos entre 4% e 7%, com destaque para BB, Bradesco e Itaú.
- Varejo: perdas próximas de 10% em líderes do setor, pressionadas por juros futuros mais altos.
- Commodities e energia: movimentos negativos em Petrobras e Vale contribuíram para o peso final no índice.
O que este pregão revela sobre o humor dos investidores?
Nesse sentido, o dia mostrou que o mercado brasileiro permanece altamente sensível a ruídos políticos, ainda que venha registrando desempenho robusto em 2025. Além disso, dólar em alta e juros futuros disparando reforçam a leitura de deterioração das expectativas fiscais no curto prazo.
Por outro lado, a amplitude das quedas revela que mesmo setores menos expostos a Brasília podem enfrentar volatilidade elevada quando a percepção de risco aumenta. O momento, portanto, exige atenção redobrada às próximas sinalizações políticas e macroeconômicas.
O que monitorar nas próximas semanas?
Enquanto isso, o investidor deve acompanhar atentamente os desdobramentos do cenário eleitoral, eventuais respostas do governo e o posicionamento das lideranças econômicas quanto ao compromisso fiscal.
- Evolução do debate político e possíveis rearranjos na oposição;
- Sinais sobre política fiscal e efeitos sobre a curva de juros;
- Cenário internacional, especialmente expectativas para os juros nos EUA;
- Fluxos estrangeiros, que podem amplificar ou suavizar a volatilidade local.













