A última Superquarta do ano concentra a atenção dos mercados globais. As decisões simultâneas de política monetária do Federal Reserve (Fed) e do Copom devem orientar o comportamento dos ativos nas próximas semanas e influenciar diretamente a estratégia de investidores que já começam a se posicionar para 2026.
Em meio ao rali recente e à expectativa por cortes de juros nos Estados Unidos, Marco Saravalle, CIO da MSX Invest, avalia os possíveis caminhos do mercado e as oportunidades que podem surgir.
Superquarta: cortes de juros e impacto nos ativos de risco
A sinalização de um ciclo de afrouxamento monetário pelo Fed tende a favorecer o apetite por risco no mercado global, com reflexos positivos sobre a bolsa brasileira e até mesmo sobre criptomoedas. Segundo Saravalle, a redução dos juros abre espaço para realocação de capital:
“Com a queda da taxa de juros, surgem oportunidades tanto no Brasil quanto no exterior para investidores que souberem identificar as melhores opções.”
Ele destaca que, embora o ambiente seja construtivo para ativos de risco, o investidor deve evitar excessos de otimismo.
Como a política monetária interfere no seu portfólio
Para Saravalle, a política monetária americana segue sendo o fator de maior peso sobre os mercados. Mesmo com o rali recente, o estrategista recomenda prudência ao montar posições para o próximo ano.
“Apesar do rally atual, é essencial que os investidores adotem uma postura de cautela em 2026”, afirma.
Setores que já parecem esticados em termos de valuation exigem atenção redobrada. Em contrapartida, a valorização do Ibovespa frente ao dólar pode favorecer investidores brasileiros com exposição internacional, ampliando possibilidades de arbitragem e diversificação.
Além da Superquarta: estratégias recomendadas para navegar 2026
Na avaliação do CIO da MSX Invest, o cenário exige disciplina e leitura contínua de fundamentos.
“Cada investidor deve considerar não apenas o momento atual, mas também as projeções futuras”, diz.
Entre as estratégias essenciais destacadas por ele estão:
- Diversificação: distribuir o risco entre setores e classes de ativos.
- Fundamentos sólidos: priorizar empresas com boa geração de caixa e múltiplos razoáveis.
- Acompanhamento constante: revisar posições à medida que o cenário global evolui.
2026 deve ser um ano de maior volatilidade
Saravalle lembra que, embora um ciclo de cortes ajude a sustentar o crescimento, o mercado tende a reagir de forma mais abrupta a dados econômicos e revisões de expectativas.
“Em 2026, é provável que os investidores enfrentem um mercado mais volátil, onde decisões bem-informadas farão a diferença.”
Além disso, a possível pressão sobre juros nos EUA ao longo do próximo ano pode trazer desafios adicionais para países emergentes, incluindo o Brasil.
Bolsa americana x Ibovespa: oportunidades no cruzamento dos ciclos
A interação entre a bolsa americana e o mercado brasileiro deve orientar parte das estratégias de 2026. Enquanto os EUA entram em ciclo de juros menores, o Brasil já colhe os efeitos de um processo de ajustes iniciado antes.
Segundo Saravalle, esse descompasso cria janelas de oportunidade, mas exige análise criteriosa:
“Com a volatilidade esperada, planejamento cuidadoso e leitura macroeconômica se tornam indispensáveis.”













