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“Gasto público obriga patamar de juros altos”, alerta Mansueto Almeida

Renata NunesPor Renata Nunes
05/12/2025

O programa Money Report desta semana, apresentado por Aluízio Falcão na BM&C News, reuniu três nomes centrais para entender o Brasil de hoje e o que vem pela frente: Daniella Marques (chair woman da Legend), Mansueto Almeida (economista-chefe do BTG Pactual e ex-secretário do Tesouro Nacional) e o cientista político Luiz Felipe d’Avila. No centro da conversa, o impacto do gasto público elevado sobre o juro real, o crescimento da economia e a trajetória da dívida até 2026.

Logo de início, Mansueto explicou o aparente “paradoxo” que intriga o mercado: juro nominal a 15% ao ano, juro real na casa de dois dígitos, possivelmente o mais alto do mundo, convivendo com o menor nível de desemprego da história recente. A resposta, segundo ele, passa diretamente pelo aumento expressivo do gasto público.

Gasto público dispara e empurra juro real para cima

Mansueto lembrou que, entre 2023 e 2026, o gasto público federal (sem juros) deve crescer algo entre 16% e 17% em termos reais. Para efeito de comparação, nos oito anos anteriores, de 2014 a 2022, com pandemia no meio. o aumento acumulado foi de 9%. Ou seja: em quatro anos, o governo atual entrega quase o dobro do crescimento de gasto registrado em oito anos.

Esse impulso ajuda a explicar o desemprego baixo e a atividade ainda resiliente, mas cobra um preço elevado: mais inflação e a necessidade de uma política monetária muito mais dura. O Banco Central, para segurar a alta de preços, mantém a taxa nominal em 15%, com inflação projetada em torno de 4,4%, o que rende um juro real próximo de 10% neste ano. Mesmo com um corte de cerca de 3 pontos percentuais em 2025, o juro real seguiria em torno de 8%.

Para Mansueto, há uma certeza incômoda: 2025 e 2026 serão anos de juro real muito alto no Brasil, fruto direto de escolhas políticas na área fiscal. Em outras palavras, o gasto público cresceu num ambiente em que a economia já vinha reagindo, tornando o mix de política econômica desequilibrado.

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Crescimento mais fraco e dívida em trajetória preocupante

O economista-chefe do BTG projeta uma desaceleração clara do PIB. Depois de crescermos 3,2% em 2023 e 3,4% em 2024, a estimativa para 2025 é de expansão em torno de 2%. Na prática, isso significa que a economia praticamente não cresce no segundo semestre, porque boa parte desse resultado já veio no primeiro.

Para o ano que vem, a projeção cai ainda mais, algo próximo de 1,5% de crescimento real, muito pouco para um país do tamanho e das necessidades do Brasil. A combinação é conhecida: produtividade baixa, taxa de investimento perto de 17% do PIB e gasto público em trajetória ascendente.

No lado fiscal, Mansueto lembrou que:

  • o déficit nominal médio do governo em quatro anos deve ficar em torno de 8,5% do PIB, entre os piores do mundo;
  • a dívida bruta deve sair de cerca de 71,7% do PIB no início do governo para algo entre 81% e 82% do PIB ao final do mandato, um salto de dez pontos em um período em que a economia cresceu, em média, 2,5% ao ano.

A mensagem é direta: não é uma trajetória sustentável, especialmente com juro real tão elevado. O programa de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, compensado pela sobretaxação de rendas acima de R$ 50 mil, é fiscalmente neutro, mas, na visão de Mansueto, torna ainda mais difícil um ajuste robusto lá na frente. Hoje, cerca de 75% dos trabalhadores com carteira assinada ficam isentos de IR, o que limita a margem de manobra futura.

Famílias endividadas e crédito caro

Mesmo com mercado de trabalho aquecido e massa de salários em alta, o endividamento das famílias continua elevado. Mansueto citou o alerta recente do Banco Central, o comprometimento de renda com serviço da dívida segue alto, algo incomum para períodos de queda do desemprego.

Programas novos, como o consignado em folha no setor privado, não decolaram como o governo esperava. O desembolso mensal gira em torno de R$ 6 bilhões, bem abaixo dos R$ 10 a 12 bilhões projetados inicialmente, com custo de juros de quase 50% ao ano. Em resumo: o juro alto, consequência do excesso de gasto público, está drenando renda das mesmas famílias que políticas de transferência tentam beneficiar.

Energia, Custo Brasil e travas ao investimento

Daniella Marques destacou que o Brasil tem uma vantagem estrutural que ninguém tira, a combinação de matriz energética limpa e posição de destaque em segurança alimentar. Isso, por si só, torna o país um polo natural de investimentos em agro, energia e infraestrutura.

Ela lembrou o legado do ciclo de concessões, com mais de 150 leilões estruturados, nos quais se abriu mão de parte da outorga para direcionar recursos para CAPEX, garantindo investimentos contratuais bilionários para a próxima década. Esse pipeline ainda ajuda a sustentar emprego e crescimento, mesmo com gasto público elevado e juro alto.

Mas há freios importantes:

  • excesso de judicialização (como no setor aéreo, onde o Brasil responde por mais de 90% do contencioso mundial com apenas 3% da malha aérea);
  • insegurança regulatória, como no caso da MP 1303 no setor elétrico;
  • carga tributária entre as mais altas do mundo;
  • burocracia e Custo Brasil ainda pesados.

Na visão de Daniella, muitos setores “poderiam estar andando a 100 por hora, mas estão a 50 por hora” porque o conjunto de impostos, regulações e incerteza jurídica encarece o capital e desestimula novos projetos.

Instituições, populismo e o papel do Congresso

Na dimensão política, Luiz Felipe d’Avila foi categórico: o grande fator de instabilidade hoje não é o Executivo nem o Legislativo, mas o Judiciário. Para ele, a judicialização excessiva, decisões retroativas e interpretações que extrapolam limites constitucionais corroem a previsibilidade das regras do jogo e alimentam a desconfiança dos investidores.

D’Avila lembrou que:

  • o Brasil é campeão de judicialização tributária e trabalhista;
  • o país só teve dois presidentes realmente preocupados com instituições de longo prazo desde a redemocratização: Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer;
  • governos populistas, por definição, tendem a enfraquecer instituições, não a fortalecê-las.

O cientista político também chamou atenção para o comportamento do Centrão. Na ausência de liderança firme na Presidência, o bloco ganha poder e passa a atuar de forma quase autônoma, priorizando reeleição, emendas e verbas, não um projeto de país. Reformas estruturais, segundo ele, dificilmente avançam nesse ambiente.

Banco Central independente e travessia até 2026

Na parte final do programa, o grupo analisou a atuação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Tanto Mansueto quanto Daniella avaliaram positivamente o trabalho, ressaltando a importância da independência formal da autoridade monetária e da deferência do presidente à área técnica.

Mesmo sob pressão de um ambiente de gasto público em alta, o BC conseguiu manter a inflação média próxima de 4,5% no período, resultado que, historicamente, é considerado razoável. O custo, porém, é conhecido: a maior taxa de juro real do mundo, algo que não se sustenta indefinidamente.

Daniella reforçou que, quando a política fiscal não ajuda, todo o peso do ajuste recai sobre a política monetária. E isso tem reflexos diretos na vida real: crédito mais caro, investimentos adiados e famílias endividadas.

A conclusão implícita da conversa é que a travessia até 2026 será turbulenta. Sem uma âncora crível para o gasto público, o Brasil seguirá preso ao tripé indesejado: juro alto, crescimento medíocre e dívida em trajetória ascendente. O espaço para erros, seja na política econômica, seja nas instituições, ficou bem menor.

MANSUETO FALA SOBRE GASTOS PÚBLICOS NO MONEY REPORT

"Gasto público obriga patamar de juros altos", alerta Mansueto Almeida. Foto: BM&C

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