A Vale (VALE3) aprovou, nesta quinta-feira (27), a distribuição de R$ 3,58 por ação em proventos, incluindo dividendos e juros sobre capital próprio (JCP), com base no balanço de 30 de setembro de 2025. O montante total a ser pago soma cerca de R$ 15,3 bilhões, que serão repassados aos acionistas entre janeiro e março de 2026.
Segundo a companhia, o valor corresponde à antecipação da destinação do resultado do exercício de 2025, atendendo à remuneração mínima prevista em sua Política de Remuneração aos Acionistas.
Quem recebe os proventos da Vale?
Terão direito ao pagamento os investidores posicionados ao fim do pregão do dia 11 de dezembro de 2025, na B3. As ações passam a ser negociadas ex-dividendos a partir de 12 de dezembro. Para os detentores de ADRs na Bolsa de Nova York (NYSE), a record date será 12 de dezembro de 2025, com negociação ex-dividendos na mesma data.
A companhia informou que o valor final por ação pode sofrer pequena variação até as datas de corte, devido ao programa de recompra em andamento, que altera o número de ações em tesouraria. Em caso de ajuste, um Aviso aos Acionistas será divulgado.
Datas e valores de pagamento
Para ações na B3
- 7 de janeiro de 2026: R$ 1,244102486 por ação, integralmente em dividendos.
- 4 de março de 2026: R$ 0,768133538 por ação, em dividendos, além de R$ 1,569535033 por ação, sob a forma de JCP.
Para ADRs
No caso dos ADRs, farão jus ao recebimento da remuneração os detentores dos ativos negociados na NYSE na record date de 12 de dezembro de 2025. Os ADRs da Vale serão negociados ex-dividendo na NYSE a partir da mesma data.
Os pagamentos aos titulares de ADRs ocorrerão a partir de 14 de janeiro e 11 de março de 2026, respectivamente, por meio do agente depositário.
Contexto: lucro forte reforça capacidade de distribuição
O anúncio dos proventos ocorre após a Vale reportar um lucro líquido de US$ 2,7 bilhões no terceiro trimestre de 2025, alta de 11% na comparação anual e acima das estimativas do mercado. No acumulado dos nove primeiros meses de 2025, o lucro somou US$ 6,2 bilhões.
Com o desempenho robusto, parte dos analistas passou a esperar a possibilidade de proventos extraordinários ainda este ano, algo que não foi indicado nos valores divulgados pela companhia.
Perspectivas para a Vale
De forma geral, analistas destacam que a Vale mantém flexibilidade operacional, capacidade de ajustar o mix de produtos conforme as condições de mercado e segue bem posicionada para cumprir o guidance de produção de 2025.
A companhia também destaca que o programa de recompra pode alterar o número total de ações em circulação, ajustando de forma marginal o valor final por ação pago aos investidores.
O que diz o BTG sobre a companhia
Segundo análise do BTG Pactual, a Vale segue como uma das oportunidades mais atraentes do setor, sustentada por fundamentos sólidos do minério de ferro e pela recuperação de confiança após superar desafios institucionais e operacionais dos últimos anos. O banco destaca que os dividendos já esperados pelo mercado, implicam um dividend yield de 1,9% nesta rodada.
O banco projeta que, em 2026, o dividend yield pode alcançar 10% a 11%, especialmente com a possibilidade de novos pagamentos extraordinários. A antecipação de parte dos proventos também reflete a expectativa de futura tributação de dividendos no Brasil. Mesmo após a valorização recente, o banco mantém recomendação de compra, ressaltando que a Vale ainda negocia com desconto relevante frente às mineradoras australianas, com retorno de caixa cerca de 5 p.p. superior e múltiplo EV/EBITDA próximo de 4x, ante 5 a 6x dos pares internacionais.














