Aquela vontade quase incontrolável de deitar após uma refeição pesada, conhecida popularmente como “preguiça de comer”, é uma resposta fisiológica real e esperada do corpo. A ciência explica que esse fenômeno é causado por um desvio de energia para a digestão e por uma cascata de reações hormonais no cérebro.
A “maré alcalina” e o desvio de energia para a digestão
O principal motivo da sonolência pós-refeição é um processo fisiológico chamado de “maré alcalina”. Após uma refeição grande, o sistema digestivo entra em alta atividade, exigindo um aumento significativo no fluxo sanguíneo para o estômago e os intestinos para processar os alimentos e absorver os nutrientes, veja abaixo o vídeo do canal Regenerati – Dr. Willian Rezende:
Esse redirecionamento massivo de sangue e energia para o sistema digestivo significa que há menos fluxo sanguíneo disponível para outras partes do corpo, incluindo o cérebro. Com menos oxigênio e glicose chegando ao cérebro, a sensação de letargia, cansaço e a vontade de deitar são inevitáveis.
O papel dos hormônios e neurotransmissores no sono pós-refeição
A composição da sua refeição também desempenha um papel químico importante. Alimentos ricos em carboidratos (como massas e pães) e em triptofano (um aminoácido presente em carnes, ovos e laticínios) estimulam a produção de serotonina no cérebro. A serotonina é um neurotransmissor que promove a sensação de calma e bem-estar.
Parte dessa serotonina é convertida em melatonina, o principal hormônio regulador do sono. Essa combinação hormonal cria um poderoso efeito tranquilizante, explicando por que uma feijoada ou um prato de macarronada muitas vezes vêm acompanhados de uma forte vontade de tirar uma soneca.
A psicologia por trás do desejo de “descansar e digerir”
A sensação de cansaço é um sinal claro do corpo para o cérebro: “preciso de uma pausa para me concentrar na digestão”. Psicologicamente, interpretamos essa mensagem como uma necessidade de descanso. É uma ativação do sistema nervoso parassimpático, o modo “descansar e digerir” do nosso corpo, que se opõe ao modo “luta ou fuga”.
A vontade de deitar é, portanto, um comportamento instintivo para conservar energia e permitir que o corpo realize essa tarefa complexa e energeticamente cara sem distrações. Vários fatores contribuem para essa sensação:
- Redirecionamento do fluxo sanguíneo: Menos energia para o cérebro e os músculos.
- Liberação de serotonina e melatonina: Hormônios que induzem a calma e o sono.
- Ativação do sistema parassimpático: O sinal do corpo para entrar em modo de repouso.
- Tamanho e composição da refeição: Grandes quantidades de gordura e carboidratos intensificam o efeito.
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É realmente uma boa ideia deitar logo após comer?

Embora a vontade de deitar seja natural, ceder a ela imediatamente não é a melhor escolha para a saúde. Deitar com o estômago cheio pode facilitar o refluxo ácido, causando azia e desconforto, pois a posição horizontal permite que o ácido estomacal retorne para o esôfago com mais facilidade.
O ideal é permanecer sentado em uma posição ereta por pelo menos uma ou duas horas após a refeição. Se o cansaço for muito grande, uma pequena caminhada leve pode, na verdade, ajudar na digestão e a dissipar a sonolência de forma mais eficaz do que uma soneca.
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