A Lua está se afastando da Terra devido a um fenômeno de transferência de energia causado pela dança gravitacional entre o nosso planeta e os oceanos. Esse processo sutil, mas constante, tem acontecido por bilhões de anos e está gradualmente tornando nossos dias mais longos.
A dança das marés é a grande culpada pelo fenômeno
A força da gravidade da Lua puxa os oceanos da Terra, criando as marés. Como a Terra gira mais rápido do que a Lua a orbita, essa “protuberância” de água da maré alta é arrastada um pouco à frente da posição da Lua no céu, veja abaixo o vídeo do canal Tiago Domezi:
Essa massa de água extra, com sua própria força gravitacional, exerce uma pequena atração sobre a Lua. É como se a Terra estivesse constantemente acenando para a Lua com suas marés, dando-lhe um pequeno empurrão para a frente em sua órbita.
Como a maré “empurra” a Lua para uma órbita mais alta
De acordo com as leis da física orbital, quando um objeto em órbita é acelerado, ele não apenas se move mais rápido, mas também sobe para uma órbita mais alta e mais distante. Esse pequeno “empurrão” gravitacional da protuberância da maré está constantemente transferindo energia rotacional da Terra para a Lua.
Essa energia extra acelera a Lua, fazendo com que ela se afaste de nós a uma taxa de aproximadamente 3,8 centímetros por ano. Essa medição precisa foi possível graças aos espelhos deixados na superfície lunar pelas missões Apollo da NASA.
O freio da Terra e os dias cada vez mais longos
Essa transferência de energia não é uma via de mão única. Enquanto a Terra empurra a Lua, a Lua puxa de volta a protuberância da maré. Essa atração cria um atrito entre a água do oceano e o fundo do mar, agindo como um freio sutil na rotação do nosso planeta.
Como resultado, a rotação da Terra está diminuindo muito lentamente, e nossos dias estão ficando mais longos. A taxa de desaceleração é de cerca de 1,8 milissegundos por século. Quando os dinossauros viviam na Terra, um dia durava cerca de 23 horas.
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Quais as consequências desse afastamento a longo prazo?

O afastamento da Lua terá consequências notáveis em um futuro muito distante. A taxa de 3,8 centímetros por ano é comparável à velocidade com que nossas unhas crescem, então não há motivo para alarme. No entanto, em centenas de milhões de anos, as mudanças serão visíveis.
A Lua parecerá visivelmente menor no céu. Eventualmente, ela estará tão distante que seu disco não será mais grande o suficiente para cobrir completamente o Sol. Nesse ponto, os eclipses solares totais, um dos espetáculos mais incríveis da natureza, deixarão de acontecer. As consequências desse processo são:
- A Lua se afasta 3,8 cm por ano.
- A rotação da Terra desacelera, tornando os dias mais longos.
- A energia rotacional da Terra é transferida para a energia orbital da Lua.
- No futuro distante, os eclipses solares totais não serão mais possíveis.
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