O hábito de piscar rápido ao tentar lembrar de algo é um reflexo neurológico ligado ao aumento do esforço mental. A psicologia explica que esse ato involuntário está conectado à forma como o cérebro gerencia a carga cognitiva e tenta focar os recursos internos.
O piscar como um sinal de aumento da carga cognitiva
A frequência do piscar está diretamente ligada à nossa atividade mental. Quando estamos realizando uma tarefa que exige pouca concentração, como assistir a um filme, nossa taxa de piscar diminui. Por outro lado, quando o cérebro está trabalhando intensamente, como ao tentar acessar uma memória complexa, a taxa de piscar aumenta, veja abaixo o vídeo do perfil Ocular Laser e Cirurgia (@ocularlaserecirurgia):
Esse aumento não é consciente. Ele é um subproduto do esforço do cérebro para processar informações. Tentar lembrar de um nome ou de um fato específico exige que o cérebro vasculhe vastas redes neurais, e esse pico de atividade se manifesta fisicamente através de um piscar mais rápido e frequente.
A relação entre o piscar e os neurotransmissores cerebrais
A neurociência conecta a taxa de piscar aos níveis de dopamina no cérebro. A dopamina é um neurotransmissor crucial para funções como a memória de trabalho, a atenção e o controle motor. Níveis mais altos de atividade dopaminérgica no córtex pré-frontal, a área do cérebro responsável pelo pensamento complexo, estão associados a um aumento na frequência do piscar.
Quando você se esforça para lembrar de algo, a atividade nessa região do cérebro se intensifica, o que pode modular os circuitos que controlam o piscar. Portanto, o ato de piscar rápido pode ser um indicador externo da intensa atividade neuroquímica que está acontecendo internamente durante o processo de recordação.
Piscar para “resetar” e bloquear distrações externas
Cada piscada funciona como um microrreset mental. Por uma fração de segundo, o cérebro corta o fluxo de informações visuais externas. Embora seja um intervalo minúsculo, esse ato pode ajudar a direcionar a atenção para o interior, bloqueando distrações do ambiente e permitindo que o cérebro se concentre na busca pela memória.
É uma forma sutil do corpo ajudar a mente a focar. Outros comportamentos que acompanham o esforço de memória servem a um propósito semelhante. É comum observar uma pessoa apresentar os seguintes sinais ao tentar se lembrar de algo:
- Olhar para cima ou para o lado: Um reflexo para evitar o contato visual e as distrações diretas.
- Franzir a testa: Um sinal físico de concentração e esforço mental.
- Fazer uma pausa na fala: O cérebro aloca recursos para a busca da memória, diminuindo a capacidade de outras funções.
- Umedecer os lábios: Uma resposta ao leve estresse ou à concentração intensa.
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Este comportamento é um sinal de mentira ou de verdade?

É um mito comum associar o piscar rápido diretamente à mentira. Embora o estresse de mentir possa, em algumas pessoas, aumentar a taxa de piscar, o esforço cognitivo de contar uma mentira crível é muito semelhante ao esforço de lembrar um fato verdadeiro e complexo. Portanto, o piscar rápido, por si só, não é um indicador confiável de desonestidade.
Na verdade, ele é um indicador muito mais preciso de esforço mental. Uma pessoa que pisca rapidamente ao responder a uma pergunta pode estar simplesmente se esforçando ao máximo para acessar a informação correta em sua memória. É um sinal de que o cérebro está trabalhando duro, e não de que está inventando algo.
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