A América Latina aparece como uma das regiões mais relevantes nas projeções do J.P. Morgan Private Bank para 2026, que destaca o papel estratégico da região nas cadeias globais de suprimentos e na transição energética é cada vez mais relevante para o futuro da indústria e da inteligência artificial.
O banco destaca que a região concentra 40% da produção mundial de cobre e 38% das reservas globais, além de dispor de infraestrutura logística consolidada, elementos considerados fundamentais para atender às demandas crescentes de energia, tecnologia e materiais estratégicos. “A América Latina é uma força indispensável nas cadeias de suprimentos globais e na transição energética, alimentando o futuro da indústria e da IA. Com os bancos centrais se aproximando do final dos seus ciclos de flexibilização, as perspectivas para as moedas e o crescimento são encorajadoras, tanto a curto como a longo prazo”, afirma Nur Cristiani, diretor de Estratégia de Investimentos para América Latina.
IA, fragmentação e inflação guiam alocações em 2026
No boletim intitulado Perspectivas Globais de Investimento para 2026 o J.P. Morgan também cita oportunidades no cenário de inteligência artificial, fragmentação global e riscos inflacionários.
O banco aponta que o ciclo de IA segue sólido, com empresas de tecnologia dos EUA projetando investimentos que podem ultrapassar US$ 500 bilhões em 2026, ante US$ 150 bilhões em 2023.
Jacob Manoukian, diretor para os EUA, destaca que, embora o avanço seja acelerado, o investimento em IA ainda é menos de 1% do PIB, mostrando amplo espaço para crescimento. “As grandes empresas de tecnologia dos EUA triplicaram seus investimentos anuais de capital, de US$ 150 bilhões em 2023 para uma projeção de US$ 500 bilhões ou mais em 2026, com investimentos em IA contribuindo mais para o crescimento do PIB americano do que o consumo neste ano”, destaca.
Com a desaceleração da globalização devido a um cenário geopolítico incerto a América do Norte, Europa, Ásia e América Latina estão redefinindo seus papéis e oportunidades, em um mundo guiado por interesses regionais. Novos blocos econômicos, mudanças em segurança, comércio e câmbio exigem dos investidores resiliência e diversificação estratégica.
Na Europa, políticas fiscais ambiciosas e o aumento dos gastos em defesa estão impulsionando o crescimento econômico regional, criando um ambiente favorável para investidores atentos às oportunidades locais. Erik Wytenus, Diretor de Estratégia de Investimentos para Europa, Oriente Médio e África, destaca: “A resposta da Europa a esta nova era é decisiva, marcada pelo ambicioso estímulo fiscal alemão e pelo aumento dos gastos na defesa europeia, o que deverá impulsionar as perspectivas de crescimento na região.” Além disso, os mercados privados europeus apresentam um vasto conjunto de oportunidades frequentemente negligenciadas por investidores globais, já que “97% das empresas europeias com receita acima de €100 milhões são privadas.”
O aumento da inflação desde 2022, junto com déficits governamentais, mudou o cenário de investimentos, trazendo mais incerteza e pressão sobre preços. O impacto gradual, mas significativo, da inflação é agora central para o desempenho das carteiras de longo prazo, exigindo atenção a fatores estruturais como capacidade produtiva, balanços sólidos dos consumidores, resiliência das cadeias de suprimentos e ativismo fiscal.
“Os títulos continuam essenciais na construção de carteiras, mas é preciso ir além da renda fixa tradicional para enfrentar a inflação persistente e a volatilidade das taxas. Complementar títulos com commodities, ativos reais e fundos de hedge não correlacionados proporciona diversificação e proteção em um contexto de inflação elevada”, afirma Stephen Parker, codiretor de Estratégia Global de Investimentos.
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