A JBS (JBSS3) divulgou o balanço do terceiro trimestre de 2025 com lucro líquido de US$ 581 milhões, em linha com as projeções do mercado, mas 16% abaixo do resultado de US$ 693 milhões registrado no mesmo período de 2024.
A receita líquida somou US$ 22,5 bilhões, com alta de 13% na comparação anual, também dentro do consenso dos analistas.
O Ebitda ajustado totalizou US$ 1,8 bilhão, praticamente em linha com a estimativa do BTG Pactual, mas 15% menor que no ano anterior. A margem Ebitda consolidada foi de 8,1%, queda de 1,7 ponto percentual, abaixo do consenso de 8,5%.
O mercado já esperava compressão de margens, especialmente na Seara, mas a retração foi mais intensa do que o previsto.
Na divisão de alimentos processados, a Seara apresentou margem de 13,7%, praticamente estável ante o trimestre anterior (13,5%), porém 7,3 pontos percentuais inferior à de 2024 — a maior queda entre as unidades da empresa. Já a JBS Brasil também registrou recuo, de 4,2 pontos percentuais, enquanto a JBS Austrália foi a única com avanço de margem no período.
A companhia destacou que o aumento da receita líquida se deveu, principalmente, à retomada das exportações de frango após o fim da gripe aviária detectada em maio, que havia impactado o trimestre anterior.
Segundo o balanço, a JBS Brasil apresentou fortes vendas externas, enquanto a Seara alcançou o maior volume de exportações da sua história, apoiada em eficiência operacional e agilidade comercial.
Visão da MSX: execução sólida e valuation atrativo
Para Marco Saravalle, estrategista-chefe da MSX, o desempenho da JBS foi “ligeiramente acima das expectativas, confirmando a resiliência operacional e a força da diversificação geográfica do grupo”.
O especialista ressaltou que o segmento de carne bovina foi o principal impulsionador do resultado, com margens melhores do que o esperado nas operações dos Estados Unidos, Austrália e Brasil, que compensaram a pressão em USA Pork e Seara.
A MSX mantém recomendação de compra para as ações da JBS, destacando o desconto do papel em relação aos pares globais.
“O mercado ainda subestima o potencial de geração de valor via melhora de margens internacionais e destravamento de valor com a listagem da JBS nos EUA, esperada para 2026”, afirmou Saravalle.
A casa vê a diversificação global e a eficiência operacional como pilares para garantir estabilidade de margens e previsibilidade de resultados. Entre os principais catalisadores estão a normalização do ciclo da carne bovina, a recuperação de margens em Seara e USA Pork e a listagem internacional.
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