A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (13) mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda mantém liderança em todos os cenários testados para as eleições de 2026, mas indica, perda de fôlego do presidente em relação ao mês anterior e aumento do número de eleitores que preferem um nome que não esteja ligado nem a Lula nem ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Primeiro turno da Quaest: Lula lidera, mas com variações
Nos cenários estimulados para o primeiro turno, Lula aparece entre 31% e 39% das intenções de voto, dependendo da composição dos candidatos. Em um cenário com Bolsonaro, que permanece inelegível até 2030, Lula registra 32%, seguido por Bolsonaro com 27%, dentro da margem de erro.
Contra outros nomes da direita e centro-direita, o presidente também lidera:
- Lula vs. Michelle Bolsonaro: 31% x 18%
- Lula vs. Tarcísio de Freitas: 35% x 16%
- Lula vs. Romeu Zema: 38% x 12%
- Lula vs. Eduardo Bolsonaro: 32% x 15% (em cenário ampliado)
A pesquisa também testou composições triplas envolvendo Tarcísio, Eduardo Bolsonaro e Caiado. Em todos eles, Lula apareceu numericamente à frente.
Segundo turno da Quaest: Lula vence nomes aptos e empata tecnicamente com Bolsonaro
Nos cenários de segundo turno, Lula mantém a liderança contra todos os candidatos aptos a disputar a eleição. O cenário mais apertado é contra Jair Bolsonaro, que registra empate técnico dentro da margem de erro.
Veja os principais resultados:
- Lula 42% x 39% Jair Bolsonaro
- Lula 41% x 36% Tarcísio de Freitas
- Lula 40% x 35% Ratinho Jr.
- Lula 43% x 36% Romeu Zema
- Lula 42% x 35% Ronaldo Caiado
- Lula 44% x 35% Michelle Bolsonaro
- Lula 43% x 33% Eduardo Bolsonaro
- Lula 41% x 28% Eduardo Leite
- Lula 42% x 25% Renan Santos
O levantamento indica que alguns adversários cresceram na comparação com a pesquisa anterior, enquanto Lula registrou queda de até quatro pontos em disputas de segundo turno.
Pesquisa espontânea: queda de Lula e alto índice de indecisos
Sem a apresentação de nomes, o atual presidente aparece com 14%, recuo de cinco pontos em relação ao mês anterior. Bolsonaro mantém 6%. O dado mais relevante na espontânea é a taxa de indecisos, que chega a 72%, mostrando que grande parte do eleitorado ainda não definiu preferência para 2026.
Ao responder sobre qual seria o melhor resultado para o Brasil em 2026, 24% dos entrevistados afirmaram preferir um candidato que não seja ligado nem a Lula nem a Bolsonaro.
Outros resultados:
- Lula reeleito: 23%
- Alguém de fora da política: 17%
- Bolsonaro voltar a ser elegível e vencer: 15%
- Alguém apoiado por Bolsonaro: 11%
- Alguém apoiado por Lula: 5%
O interesse por uma alternativa à polarização cresce entre grupos independentes e aparece com maior força nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
Rejeição permanece estável
A rejeição dos candidatos oscilou dentro da margem de erro.
Veja os índices:
- Eduardo Bolsonaro: 67%
- Michelle Bolsonaro: 61%
- Jair Bolsonaro: 60%
- Ciro Gomes: 57%
- Lula: 53%
- Tarcísio de Freitas: 40%
- Ratinho Jr.: 37%
- Romeu Zema: 35%
- Ronaldo Caiado: 34%
- Renan Santos: 23%
A pesquisa ouviu 2.004 pessoas entre os dias 6 e 9 de novembro, em 120 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
“Eleitor está cansado”, avalia analista
Para o comentarista de economia e política Miguel Daoud, os números da nova Quaest revelam um ambiente de incerteza que tende a influenciar decisões de governo e dinâmicas do mercado. “A combinação entre desgaste das principais lideranças, rejeição elevada e ausência de um nome consolidado fora da polarização cria um cenário de imprevisibilidade, capaz de afetar expectativas fiscais, negociações com o Congresso e a própria agenda econômica“, avalia.
Daoud avalia que a queda na vantagem de Lula pode acelerar pressões por resultados concretos, enquanto a oposição, percebendo um espaço maior, tende a intensificar movimentos estratégicos. Ele também destaca o cansaço do eleitorado em relação a polarização no Brasil. “O eleitor não rejeita apenas nomes, rejeita o modelo de confronto permanente, a política tóxica e a sensação de estagnação. Ele quer mudança, mas ainda não encontrou quem consiga simbolizá-la“, destaca.
















