O Banco do Brasil apresentou um resultado mais fraco no terceiro trimestre de 2025, reflexo do aumento das provisões e de um ambiente de crédito mais desafiador. O lucro líquido ajustado ficou em R$ 3,78 bilhões, uma redução de cerca de 60% em relação ao mesmo período do ano anterior. No critério contábil, o lucro foi ainda menor, somando R$ 3,02 bilhões, o que representa queda de 66% na comparação anual.
O desempenho mais modesto afetou o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), que recuou de 21,1% no terceiro trimestre de 2024 para 8,4% agora. Mesmo assim, o banco conseguiu preservar parte de sua rentabilidade por meio da margem financeira bruta, que avançou 1,9% e atingiu R$ 26,36 bilhões.
Crédito ainda é motor de crescimento
Apesar da queda nos lucros, a carteira de crédito ampliada do Banco do Brasil seguiu em expansão, crescendo 7,5% em 12 meses e alcançando R$ 1,27 trilhão. O aumento foi impulsionado tanto por operações com pessoa física quanto com pessoa jurídica, ambas com elevação de 10,4% no período. O agronegócio, tradicional pilar da instituição, também mostrou fôlego, com alta de 3,2% e representando aproximadamente um terço do total de crédito concedido.
Inadimplência segue em alta e pressiona resultado
O ponto de maior atenção ficou com a inadimplência. Os atrasos superiores a 90 dias atingiram 4,2% da carteira em setembro, um avanço de 159 pontos-base em relação a um ano atrás e de 0,33 ponto na comparação trimestral. O movimento reforça a percepção de que o ciclo de crédito ainda exige cautela, especialmente em segmentos mais sensíveis à renda das famílias e às condições macroeconômicas.
Mesmo com os desafios do trimestre, o Banco do Brasil segue destacando sua robustez operacional e a capacidade de manter crescimento sustentável em áreas estratégicas, como agronegócio e crédito corporativo, pilares que devem continuar guiando o banco nos próximos trimestres.
















