O Banco ABC Brasil apresentou, no programa BM&C Business, um panorama da operação, da estrutura de governança e dos números do 3º trimestre de 2025. Segundo o diretor de Relações com Investidores, Ricardo Moura, o período foi marcado por lucro líquido de R$ 256,8 milhões e margem financeira recorde de R$ 652 milhões, reflexo principalmente da expansão gradual dos spreads com clientes e de um mix de produtos mais favorável. O executivo acrescentou que o balanço, predominantemente pós-fixado, mantém o banco asset-sensitive ao ciclo de juros, o que sustenta a linha de PL aplicado ao CDI.
Governança e estrutura acionária
Fundado em 1989, o ABC Brasil tem estrutura de “partnership”: executivos detêm participação relevante no capital, reforçando alinhamento de longo prazo. O banco abriu capital em 2007 e hoje mantém cerca de 31% das ações em circulação, com 5% a 6% nas mãos dos executivos e controle do Arab Banking Corporation, que exerce supervisão por meio do conselho de administração.
Segmentação de clientes e presença geográfica
A operação é voltada a empresas, com três frentes:
- Large Corporate: faturamento anual acima de R$ 4 bilhões; operações sob medida (M&A, project finance, derivativos e mercado de capitais).
- Corporate: entre R$ 500 milhões e R$ 4 bilhões; participação relevante na receita.
- Middle: de R$ 30 milhões a R$ 500 milhões; maior número de clientes e produtos de giro (desconto de duplicatas, antecipação de recebíveis).
A carteira de crédito é concentrada em setores considerados mais resilientes ao ciclo:
- Agro: cerca de 22% da carteira, distribuída por grãos, defensivos, açúcar/álcool e proteína.
- Infraestrutura/Energia: geração, transmissão, distribuição e comercialização, com presença em solar, eólica e hídrica.
- Imobiliário: aproximadamente 8%, abrangendo lajes corporativas, residencial, galpões, loteamentos e shoppings.
Para aprofundar a especialização, o banco criou duas verticais comerciais — Agro e Imobiliário — com equipes dedicadas para toda a cadeia de cada indústria.
Desempenho do 3º tri e dinâmica de risco
Moura descreveu 2025 sob três vetores: crescimento mais lento da carteira, retorno da inadimplência às médias históricas e reprecificação de risco.
O banco revisou as métricas anuais (2025 vs. 2024):
- Carteira de crédito expandida: +1% a +4%
- Despesas: +4% a +7%
- Índice de eficiência: 39% a 40%
O guidance de 2026 será divulgado, como de praxe, em fevereiro.
Estratégia para os próximos cinco anos
A agenda inclui ampliar a base e o espectro de clientes — especialmente no segmento Middle — e expandir a grade de produtos, consolidando frentes criadas nos últimos anos (banco de investimento, derivativos, corretora de seguros, recuperadora de crédito e comercialização de energia). A lógica é profundar relacionamento e aumentar o share of wallet com soluções especializadas por setor.
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