O mercado financeiro inicia a semana de 10 a 14 de novembro com foco redobrado sobre a política monetária brasileira e o comportamento da inflação. No Brasil, os destaques incluem a divulgação da Ata do Copom, o IPCA de outubro e os novos dados de atividade do comércio e de serviços. No exterior, a agenda será marcada por indicadores de inflação e emprego na Europa e Ásia, além do feriado do Dia dos Veteranos nos Estados Unidos, que deve reduzir a liquidez global na terça-feira (11).
De acordo com o operador de mercado e apresentador do Pré-Market na BM&C News, Francisco Alves, o início da semana traz atenção ao Boletim Focus e ao IPC-S da FGV, enquanto o mercado aguarda os dados de inflação e a publicação da ata do Banco Central para calibrar expectativas sobre os próximos passos da política monetária. “A terça-feira será um dia particularmente relevante, com a divulgação da Ata do Copom e do IPCA. O documento detalhará a decisão unânime de manter a taxa Selic em 15%, e o dado de inflação mostrará se o movimento foi acertado”, observou.
Agenda econômica: inflação e atividade no radar
A semana começa com a publicação do Boletim Focus e do balanço comercial semanal pela Secex. Na terça-feira (11), o IBGE divulga o IPCA de outubro, o indicador oficial de inflação do país, acompanhado da primeira prévia do IGP-M e do IPC semanal da Fipe. O feriado do Dia dos Veteranos nos Estados Unidos mantém as bolsas abertas, mas com os mercados de Treasuries e órgãos do governo fechados.
Na quarta-feira (12), saem os dados da Pesquisa Mensal de Serviços e o Fluxo Cambial do Banco Central. Na quinta (13), serão divulgados o PIB preliminar do Reino Unido, a produção industrial da Zona do Euro e os números do comércio varejista do IBGE, além de dados sobre a atividade econômica da China, incluindo produção industrial, varejo e taxa de desemprego. A semana se encerra na sexta (14) com o IGP-10 de novembro, o PIB de Hong Kong e o CPI de países europeus como França e Espanha.
Francisco Alves reforça que os dois eventos domésticos mais importantes serão a ata do Copom e o IPCA. “A ata vai ajudar a entender se o Banco Central pretende manter o tom mais restritivo nos próximos meses, enquanto o IPCA pode consolidar a percepção de que o ciclo de alta de juros chegou ao fim. São dados que influenciam diretamente a curva de juros e o câmbio”, destacou.
No continente europeu, o destaque recai sobre a divulgação dos índices de preços ao consumidor (CPI) de outubro em Alemanha, França, Espanha, Portugal e Itália, além do PIB preliminar da Zona do Euro e da balança comercial. No Reino Unido, o mercado acompanhará os dados de desemprego e o PIB do terceiro trimestre, que podem oferecer sinais sobre a desaceleração da economia britânica.
Na Ásia, as atenções se voltam para a China, com a divulgação de uma série de indicadores que devem indicar o ritmo de recuperação da economia — entre eles, os números de produção industrial, investimentos em ativos fixos e vendas no varejo. O PIB de Hong Kong também será divulgado ao fim da semana.
Semana intensa de balanços corporativos
No Brasil, a temporada de resultados continua movimentada, com balanços de grandes companhias nos setores financeiro, de consumo, energia e infraestrutura. Nesta segunda (10), após o fechamento do mercado, saem os números de Itaúsa, Sabesp, Natura, Marfrig, São Martinho, Movida e Grupo SBF. Na terça (11), o destaque fica com o BTG Pactual e a Porto Seguro, antes da abertura, seguidos por B3, Eneva, Taesa, Vamos, Frasle e Cury após o fechamento.
Na quarta (12), será a vez de companhias como Banco do Brasil, Equatorial, Copel, Ultrapar, Hapvida, Allos, MRV, Casas Bahia e Americanas. Já na quinta (13), o destaque fica com os balanços do Nubank, Localiza, Cemig, CPFL, Grupo Mateus e Cyrela. A semana encerra na sexta (14) com Banrisul, Azul e, após o fechamento, os resultados de Cosan, Raízen e Rumo.
Nos Estados Unidos, o mercado acompanhará os resultados de grandes empresas, incluindo a Disney, enquanto no cenário político seguem as negociações para resolver o impasse orçamentário que mantém parte do governo americano paralisado.
Expectativas para o cenário interno e externo
Além dos balanços, Francisco Alves ressalta que o cenário fiscal segue sendo acompanhado de perto pelos investidores. “O mercado continua atento à situação das contas públicas, especialmente após a aprovação da isenção para rendimentos de até cinco mil reais e a tramitação do orçamento de 2026”, disse.
Com uma agenda repleta de indicadores e resultados corporativos, a semana deve manter o tom de volatilidade observado desde o início de novembro, com atenção redobrada à comunicação do Banco Central e ao comportamento da inflação, tanto no Brasil quanto no exterior.
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