O Grande Prêmio de São Paulo reúne, neste fim de semana, pilotos com realidades financeiras muito distintas. Cidadão honorário do Brasil, Lewis Hamilton, heptacampeão mundial, figura entre os atletas mais bem pagos do planeta. Já Gabriel Bortoleto, estreante brasileiro da Sauber, inicia sua trajetória na Fórmula 1 com ganhos bem mais modestos.
Segundo o Sunday Times Rich List 2025, Hamilton acumula um patrimônio estimado em £385 milhões. Já seus ganhos entre janeiro e dezembro de 2024 alcançaram US$ 80 milhões, considerando salário, premiações e contratos publicitários, de acordo com dados divulgados pela Forbes.
No caso de Bortoleto, as únicas informações oficiais disponíveis dizem respeito ao contrato firmado para esta temporada. A base Spotrac aponta remuneração anual estimada em US$ 2 milhões, valor comum para novatos na categoria. Até o momento, não há estimativas confiáveis de patrimônio líquido publicadas por veículos de referência.
Marcas próprias heptacampeão acelera, estreante não largou

A comparação entre os dois pilotos também se estende ao campo da propriedade intelectual. Um levantamento da Avance Propriedade Intelectual mostra que a maioria dos pilotos da Fórmula 1 possui registros ativos de suas marcas em diferentes países, consolidando suas identidades comerciais de forma estratégica.
Hamilton é um dos exemplos mais robustos. O britânico acumula nove registros, sendo oito ainda válidos, administrados pela empresa 44IP Limited. Entre eles estão o nome “Lewis Hamilton” e o número “44”, utilizado desde sua carreira no kart.
Outros nomes relevantes da categoria seguiram o mesmo caminho. Fernando Alonso, Max Verstappen, Nelson Piquet e Ayrton Senna têm seus nomes e símbolos protegidos. No caso de Senna, o legado permanece ativo décadas após sua trajetória nas pistas: a família administra atualmente 48 registros ativos por meio da L&V Licensing Ltda., responsável pelo licenciamento de produtos e iniciativas como o empreendimento imobiliário “Senna Tower”, em Balneário Camboriú.
“Cada piloto de F1, além de atleta, é também uma marca. Por ser um esporte de alta performance, o nome do piloto passa a carregar valores como superação, precisão, coragem e excelência. É natural que esses atributos sejam explorados de forma estratégica no mercado”, aponta Leonardo Almeida, sócio da Avance Propriedade Intelectual.
No outro extremo, uma consulta ao sistema do INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) mostra que Gabriel Bortoleto não possui registros de marca associados ao seu nome. Para especialistas, isso representa perda de oportunidade comercial e menor proteção jurídica. “Ao não registrar sua marca, o atleta deixa de proteger um dos principais ativos da carreira: o próprio nome. Isso significa abrir mão de oportunidades de licenciamento, controle de imagem e parcerias exclusivas. Em um esporte global como a Fórmula 1, o registro é o primeiro passo para transformar reconhecimento em valor comercial”, explica Almeida.
A construção de uma marca pessoal sólida vai além de contratos publicitários e envolve estratégia contínua de gestão de imagem e propriedade intelectual. No ambiente altamente competitivo da Fórmula 1, garantir o domínio sobre o próprio nome pode ser tão relevante quanto o desempenho na pista.
No fim de semana do Grande Prêmio de São Paulo, a programação concentra as principais atividades entre sábado e domingo. A Corrida Sprint acontece no sábado, às 11h, seguida pela classificação às 15h, que define o grid para a prova principal. No domingo, a corrida oficial está marcada para às 14h, reunindo as 20 equipes no Autódromo de Interlagos em mais uma etapa decisiva da temporada da Fórmula 1.
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