Empresas, instituições financeiras e o setor público se preparam para chegar à COP30, que será realizada em Belém, com projetos voltados à transição ambiental. O objetivo é transformar sustentabilidade em oportunidade de negócio e impulsionar a chamada economia verde, que conecta crescimento econômico à redução de emissões de carbono.
Mais do que uma agenda climática, a COP30 deve marcar o início de uma nova fase na economia verde. O debate sobre sustentabilidade extrapola as políticas públicas e passa a integrar as estratégias corporativas — especialmente nas grandes cidades, onde o consumo de energia e a poluição urbana continuam sendo alguns dos maiores desafios ambientais.
Banco do Brasil lança mesa de carbono durante a COP30
Entre as iniciativas que destacam o avanço das finanças sustentáveis está o lançamento da Mesa de Carbono pelo Banco do Brasil, prevista para ocorrer durante a COP30. O modelo funcionará de forma semelhante às mesas de negociação de títulos, mas voltado à comercialização de créditos de carbono em tempo real.
José Alves, executivo da Ação Estratégica COP30 do Banco do Brasil, explicou que o projeto representa um novo passo na estruturação desse mercado. “A mesa de carbono complementa uma atuação estratégica do banco para viabilizar a comercialização desses créditos gerados. É uma novidade que ajuda todo o ecossistema, garantindo um mecanismo eficiente, confiável e moderno de negociação”, afirmou.
Transição verde e investimentos sustentáveis
De acordo com o vice-presidente de Negócios de Governo e Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil, José Ricardo Sasseron, o lançamento faz parte de uma estratégia mais ampla para financiar a transição verde. “Hoje, o Banco do Brasil administra uma carteira de crédito de cerca de R$ 300 bilhões, sendo R$ 400 bilhões destinados a projetos sustentáveis — como energia limpa, agricultura de baixo carbono e desenvolvimento da bioeconomia”, explicou.
Segundo ele, o banco já financia em torno de R$ 2 bilhões em iniciativas que vão do extrativismo às pequenas agroindústrias, beneficiando cerca de 60 milhões de pessoas. A meta é atingir R$ 5 bilhões até 2030, impactando aproximadamente 1 milhão de brasileiros.
Blended finance e o papel do Estado
O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, destacou o papel do Estado em fomentar o investimento sustentável por meio do modelo de blended finance — que combina capital público e privado. “Queremos que o investidor entre junto, trazendo gestão e tecnologia. Quando isso acontece, o resultado inicial cria um ciclo de retroalimentação que atrai novos participantes”, afirmou.