A WEG (WEGE3) apresentou os resultados financeiros do terceiro trimestre de 2025. A companhia registrou desempenho estável apoiado na diversificação geográfica e de portfólio, além de ganhos de eficiência que compensaram a desaceleração em segmentos específicos.
A geração de caixa somou R$ 4,2 bilhões até setembro de 2025, reflexo da manutenção das margens e do controle de custos, mesmo com aumento no capital de giro. O lucro líquido foi de R$ 1,65 bilhão, alta de 4,5% sobre 2024 e acima das projeções. O Retorno sobre o Capital Investido (ROIC) foi de 32,4% nos últimos 12 meses, uma redução de 4,7 pontos percentuais em relação ao 3T24 e 0,5 p.p. frente ao 2T25, refletindo o aumento do capital empregado, especialmente em ativos fixos e intangíveis, mesmo com evolução do lucro operacional. A receita líquida somou R$ 10,27 bilhões, enquanto o Ebitda alcançou R$ 2,28 bilhões, com margem de 22,2%. Os investimentos em modernização e expansão da capacidade produtiva totalizaram R$ 672,6 milhões no 3T25, sendo 52% destinados ao Brasil e 48% às operações internacionais, com foco em México e China.
No Brasil, o desempenho foi impulsionado pelo bom nível de atividade industrial e pela continuidade das entregas em projetos de Transmissão e Distribuição (T&D). Também houve melhora na demanda por motores comerciais e para eletrodomésticos, o que ajudou a compensar a retração nas áreas de geração eólica e solar — segmentos que seguem sem novos projetos relevantes no curto prazo.
No exterior, a companhia registrou desempenho misto. Na Europa, houve crescimento nas vendas de equipamentos industriais voltados aos setores de óleo e gás e saneamento. Na América do Norte, o negócio de T&D manteve destaque, beneficiando-se de investimentos em infraestrutura elétrica. Por outro lado, oscilações nas entregas de projetos de geração e ajustes tarifários recentes criaram desafios adicionais para a expansão de receita.
A WEG destacou que a flexibilidade produtiva global tem permitido mitigar parte desses impactos, com realocação de rotas de exportação e manutenção da eficiência nas cadeias produtivas.
Análise: crescimento mais moderado
Segundo Marco Saravalle, CIO da MSX, a companhia “continua se destacando pela qualidade operacional e resiliência financeira, mas o cenário atual indica menor tração no crescimento orgânico, especialmente nos segmentos de geração renovável”. Ele observa que “o avanço dos investimentos em T&D e a expansão internacional sustentam a tese de longo prazo, porém com pressão natural sobre o retorno do capital no curto prazo”.
A avaliação da MSX é de visão neutra no curto prazo, com atenção à dinâmica de novos pedidos industriais e à recuperação dos segmentos de energia, que devem definir o desempenho da companhia em 2026.