A busca por bem-estar deixou de ser tendência para se tornar um fenômeno econômico. De acordo com relatório da McKinsey & Company, a indústria global do setor ultrapassou US$ 2 trilhões, com crescimento contínuo puxado por consumidores mais jovens, que priorizam aparência, saúde emocional e experiências transformadoras. E o Brasil, segundo maior mercado de beleza do mundo, participa ativamente dessa virada.
Nesse novo contexto, salões de beleza que operam como centros de autocuidado sensorial, como o da especialista Beth Dantas, em São Paulo, ganham protagonismo. O modelo é simples e eficaz: transformar o atendimento tradicional em experiência de bem-estar premium, com fidelização de clientes e margem elevada.
Do fio ao faturamento: o salão como espaço de experiência e valor percebido
Beth Dantas criou um espaço que reflete exatamente o que o mercado entende hoje como “autocuidado intencional”: luz suave, trilha instrumental, massagens, contato com natureza, protocolos personalizados e rituais mensais como o Pacote da Lua Cheia, uma sequência de corte bordado, limpeza profunda do couro cabeludo, sucção, massagem e finalização.
“É muito mais do que cabelo. A mulher quer se sentir cuidada, e isso tem valor”, diz Beth.
O que antes era uma visita técnica ao cabeleireiro se transforma em um serviço de alto valor percebido, com *ticket médio elevado, recorrência e forte poder de recomendação. É o tipo de modelo que atrai atenção de investidores interessados em negócios com propósito emocional, fidelização orgânica e diferenciação de mercado.
O efeito batom e a resiliência do autocuidado
A lógica lembra o chamado “efeito batom”: mesmo em períodos de instabilidade econômica, consumidores mantêm e às vezes aumentam gastos com pequenos luxos que geram sensação de controle, autoestima e bem-estar. A ida ao salão deixou de ser um custo e virou uma microvitória emocional na agenda da consumidora.
Segundo a Euromonitor, o consumo em salões boutique, clínicas estéticas e serviços integrativos cresceu 17% no Brasil em 2024, mesmo com inflação e juros elevados. E a geração Z, que hoje prioriza aparência, performance e saúde emocional, lidera esse movimento.
Oportunidade para negócios e investidores atentos
A nova economia do bem-estar abre espaço para:
- Modelos de franquia premium no segmento de beleza sensorial;
- Startups de tecnologia para salões, voltadas à personalização e recorrência;
- Investimentos anjo e private equity em redes boutique com alto LTV (lifetime value);
- Plataformas de autocuidado por assinatura, que combinam estética, nutrição e saúde mental.
A lógica é simples: negócios que unem experiência, propósito e recorrência criam valor mais estável, e menos sujeito às oscilações típicas do varejo tradicional.
Quando o toque vira tendência macro
No caso do salão da Beth Dantas, tudo é personalizado. A cliente é atendida para o tratamento capilar, mas acaba recebendo um acolhimento especifico ao que ela necessita. Seja para aliviar o estress, a ansiedade, e até mesmo a T.P.M
De acordo com Beth Dantas, a beleza virou parte da economia emocional. Não se trata mais de transformar a aparência, mas de gerar bem-estar em tempo real, com espaço, tempo e escuta.