O Ibovespa encerrou a sessão desta segunda-feira (29/09/2025) em alta de 0,61%, aos 146.336,80 pontos, reforçando o sentimento positivo do mercado e mantendo-se próximo de sua máxima histórica. O desempenho foi impulsionado principalmente por ações de bancos, varejo e serviços, além do bom humor em setores específicos como energia elétrica.
Por outro lado, Petrobras registrou queda acompanhando a baixa do petróleo no mercado internacional, o que limitou um avanço mais expressivo do índice. Ainda assim, o cenário foi marcado por expectativas otimistas, tanto em relação a fatores domésticos quanto externos, o que ajudou a sustentar o movimento altista ao longo do pregão.
O que ajudou a sustentar o avanço do índice?
No campo doméstico, os investidores reagiram ao Boletim Focus, que trouxe revisões para baixo nas projeções de inflação. Para 2025, a estimativa passou de 4,83% para 4,81%, enquanto para 2026 recuou de 4,29% para 4,28%. Apesar do alívio, especialistas ponderam que cortes de juros significativos só devem acontecer no início do próximo ano.
Segundo Fabio Louzada, economista, planejador financeiro e fundador da FBNF, “o Ibovespa manteve-se em alta favorecido por avanços nas ações de bancos, varejo e serviços. Apesar da revisão para baixo nas estimativas de inflação, só devemos esperar por uma queda de juros de fato no início do ano que vem. O Banco Central manteve um tom hawkish em seu último comunicado, afastando chances de cortes imediatos”.
Fatores externos influenciaram a bolsa hoje?
Além disso, o Brasil segue beneficiado pelo cenário de juros em queda nos EUA e juros ainda elevados internamente, o que estimula a entrada de capital estrangeiro. Enquanto isso, o mercado acompanha com atenção a expectativa de encontro entre Lula e Donald Trump, que pode resultar em acordo benéfico para exportadores brasileiros em relação a taxações.
Nos Estados Unidos, o foco está no aguardado relatório de emprego, o payroll, que será divulgado nesta semana. Louzada explica que, caso os números venham fortes, há risco de endurecimento monetário pelo Federal Reserve; caso sejam fracos, crescem as apostas em cortes de juros adicionais. Nesse sentido, as bolsas em Nova York seguem mistas, aguardando definições mais claras.
O que esperar para os próximos pregões?
No cenário internacional, outra preocupação é a possível paralisação do governo americano, que impulsionou o ouro a uma nova máxima histórica, reforçando a busca por ativos de proteção. Ao mesmo tempo, investidores aguardam não só o payroll, como também:
- Relatório JOLTS (amanhã);
- Dados de emprego da ADP, que antecedem o payroll oficial;
- Números definitivos do relatório de emprego de setembro.
Enquanto isso, entre os destaques da bolsa brasileira, a Eletrobras registrou alta após o Bradesco BBI elevar seu preço-alvo de R$ 67 para R$ 83 ao final de 2026. O Ibovespa, tecnicamente, encontra resistências em 147.636 pontos e suportes importantes em 142.380 e 139.580 pontos.
Nesse contexto, a tendência de curto prazo segue positiva, mas dependerá da manutenção do fluxo estrangeiro e da evolução do quadro internacional. Caso os próximos indicadores confirmem expectativas, o índice pode se aproximar ainda mais de suas máximas históricas.