A semana é marcada pela divulgação de indicadores centrais de atividade e emprego, em meio ao fechamento do trimestre e aos ajustes técnicos de carteira. No Brasil, o Banco Central apresenta nesta segunda-feira (29) os dados de crédito, que devem mostrar perda de ritmo em agosto, especialmente no segmento de famílias. No mesmo dia, o Ministério do Trabalho e Emprego divulga o Caged, com expectativa de criação líquida de cerca de 198 mil vagas formais, enquanto o Tesouro Nacional apresenta o resultado primário, estimado em déficit de R$ 26 bilhões.
Na terça-feira (30), o IBGE publica a PNAD Contínua de agosto, com estimativa de queda na taxa de desemprego de 5,7% para 5,6%. Já na sexta-feira (3), sai a Produção Industrial de agosto, para a qual o Daycoval projeta alta de 0,6% na margem e queda de 0,7% em relação ao mesmo mês de 2024.
No cenário internacional, os EUA concentram as atenções. Além do relatório JOLTS e do ADP, o destaque da semana é o Payroll de setembro, que deve mostrar criação de 50 mil vagas, taxa de desemprego estável em 4,3% e ganhos médios/hora em alta de 0,3%. “O grande evento da semana será o Payroll na sexta-feira, referência para a política monetária do Federal Reserve”, observa Francisco Alves, operador de mercado e apresentador do Pre-Market na BM&C News. Ele destaca ainda os leilões de Treasuries e o discurso de Jerome Powell como fatores adicionais no radar dos investidores.
A agenda externa inclui ainda os PMIs globais de setembro e dados de inflação na Europa e na Ásia. A China, que entra na Golden Week entre 1º e 8 de outubro, divulga seus PMIs oficiais e o índice Caixin de serviços e indústria, referência para medir o pulso da segunda maior economia do mundo.
De acordo com o relatório do Banco Daycoval, o cenário aponta para uma “desaceleração disseminada entre os setores da economia brasileira”. O banco projeta crescimento de 0,1% no PIB do terceiro trimestre e retração de 0,1% no quarto, com alta de 2,1% no acumulado de 2025.
Além disso, o Daycoval mantém a projeção de Selic em 15% até o fim do ano, com início do ciclo de cortes apenas em 2026, e inflação em 4,9% em 2025.