Investir em ouro não é só comprar barras físicas ou guardar joias em cofres. O investidor também pode acessar o metal precioso de forma simples pela própria B3, a Bolsa de Valores brasileira. Marco Saravalle, CIO da MSX, apresenta três alternativas simples: ETFs que replicam a cotação do ouro, ETFs que oferecem renda adicional via dividendos e ações de mineradoras.
ETF Gold11: exposição direta ao ouro
O Gold11 é o fundo de índice mais conhecido no Brasil para quem quer acompanhar o preço do ouro. Ele replica, de forma bastante próxima, a variação internacional da commodity.
- Vantagem: é acessível — pode ser comprado por qualquer investidor por meio de uma corretora, com valores a partir de poucas dezenas de reais.
- Risco: acompanha fielmente a oscilação do ouro, ou seja, não gera renda recorrente, apenas valorização ou desvalorização do ativo.
“É a forma mais simples. O Gold11 replica o comportamento do ouro e pode ser comprado diretamente pela corretora ou banco”, explica Saravalle.
ETF Auro11: ouro com dividendos
Mais recente no mercado, o Auro11, criado pela gestora Boa Vista, também segue a direção do ouro, mas traz uma característica adicional: a distribuição de dividendos.
- Vantagem: além da valorização do ativo, o investidor recebe rendimento mensal próximo de 1%, creditado na conta da B3. Isso faz do produto um híbrido entre proteção e renda.
- Risco: como ainda é novo, o fundo tem pouco histórico de desempenho e liquidez, o que pode afetar a previsibilidade dos pagamentos.
“Esse é novo, lançado pela Boa Vista. Além de seguir a direção do ouro, ele distribui dividendos. Você pode ter uma expectativa de renda próxima de 1% ao mês, creditada em conta, o que é um diferencial”, destacou Saravalle.
Ações da Aura (AURA33): alavancagem e crescimento
A terceira via é investir em empresas de mineração de ouro, como a Aura Minerals (AURA33), listada na B3. Nesse caso, o investidor não compra o metal em si, mas ações de uma companhia que depende diretamente da cotação do ouro para gerar receita.

- Vantagem: além de refletir a valorização do ouro, a empresa pode ampliar seus lucros com novos projetos de exploração e crescimento. Isso gera um efeito de alavancagem: quando o ouro sobe, o papel tende a subir ainda mais.
- Risco: envolve não apenas a volatilidade do ouro, mas também os riscos corporativos da empresa (gestão, custos de operação, endividamento, regulação etc.).
“É a forma mais agressiva. Você se torna sócio de uma mineradora de ouro. É mais volátil, mas a empresa tem projetos de crescimento e pode alavancar ganhos quando o preço do ouro sobe”, detalha o especialista.
Por que o ouro continua em alta?
O CIO da MSX destaca que a valorização do ouro é reflexo direto da incerteza global. “Ouro segue em máximas, segue atraindo olhares dos investidores. Há projeções de que deve continuar batendo recordes ainda em 2025 e possivelmente se valorizando em 2026”, disse.
Para Saravalle, o ouro mantém um papel único na proteção de patrimônios. “No curto prazo, talvez seja a única reserva de segurança que realmente cumpre esse papel.” Por isso, ele recomenda que investidores pessoas físicas considerem a diversificação: “Assim como bancos centrais e grandes economias estão fazendo, você também deve incluir ouro no portfólio.
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