O Ibovespa, principal índice da B3, terminou a semana de 15 a 19 de setembro de 2025 com uma alta de 2,53%, fechando na sexta-feira (19) aos 145.865,11 pontos, alcançando sua máxima histórica. Durante o pregão, o índice chegou a registrar 146.398 pontos, impulsionado por um otimismo global derivado da queda das taxas de juros nos Estados Unidos e dos bons resultados corporativos no Brasil.
O desempenho do Ibovespa reflete a confiança dos investidores em um cenário de taxas de juros mais baixas globalmente, além das perspectivas de crescimento econômico no Brasil. Embora o mercado tenha se mostrado otimista, fatores internos e externos, como a manutenção da taxa Selic e questões internacionais, continuam a influenciar as expectativas para os próximos meses.
Quais foram os principais fatores que impulsionaram o mercado?
O otimismo nos mercados globais foi impulsionado principalmente pela decisão do Federal Reserve (Fed) de reduzir as taxas de juros em 0,25 ponto percentual, levando a taxa americana para uma faixa de 4% a 4,25% ao ano. Essa medida, esperada pelo mercado, trouxe alívio e fortaleceu a confiança dos investidores, refletindo positivamente no Brasil.
Além disso, a manutenção da taxa Selic no Brasil em 15% ao ano foi um ponto de atenção. Embora os investidores tivessem expectativas de cortes, a postura cautelosa do Banco Central gerou um sentimento misto, mas ainda assim o mercado brasileiro reagiu com alta. A perspectiva de redução da taxa Selic para o próximo ano, juntamente com a inflação prevista em torno de 4,5%, 5%, manteve o apetite por risco moderado.
O que disse Everton Dias sobre o cenário atual?
Everton Dias, da Legado Investimentos, comentou o desempenho do mercado, destacando a continuidade do otimismo global, especialmente devido à decisão do Fed. Segundo ele, “mais uma semana de otimismo nas bolsas globais, impulsionada ainda pela confirmação da queda nas taxas de juros do mercado americano.”
Ele também abordou as decisões do Banco Central, afirmando que, “no Brasil, o mercado foi um pouco mais cauteloso, mas ainda registrou alta, impulsionado pela liquidez global.” Dias enfatizou que o Brasil mantém a maior taxa de juros real do mundo e que a expectativa é de uma redução apenas para o ano que vem. Ele também destacou que o discurso mais firme do Banco Central reforçou a segurança do mercado em relação à inflação.
Impactos do cenário internacional nas bolsas brasileiras
Enquanto o Brasil experimenta uma recuperação moderada, o cenário internacional também desempenha um papel crucial. De acordo com Everton Dias, “lá fora, tivemos uma semana mais calma. No entanto, a reunião entre os presidentes dos EUA e da China trouxe discussões sobre tarifas, com o Brasil ainda sendo monitorado devido a questões envolvendo tarifas e interferências nas Big Techs.”
Essas discussões podem afetar diretamente o fluxo de investimentos no Brasil, uma vez que o país está inserido em um ambiente de tensões comerciais e políticas que podem gerar volatilidade nos mercados.
Expectativas para a próxima semana: Quais são os próximos passos?
Os investidores devem ficar atentos às próximas atualizações econômicas, como a divulgação do Boletim Focus do Banco Central, que pode fornecer novas informações sobre a inflação e as expectativas de juros. Além disso, o cenário internacional, especialmente as negociações entre Estados Unidos e China, continuará a influenciar o mercado.
- Decisão de juros nos EUA e impactos no mercado global.
- Expectativas de cortes na Selic no Brasil no próximo ano.
- Desenvolvimentos nas relações comerciais internacionais e tarifas.
Com o Ibovespa em níveis recordes, a próxima semana será crucial para determinar se o mercado continuará sua trajetória ascendente ou se ajustes serão necessários em resposta a mudanças nos cenários interno e externo.