A inadimplência dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) multicedente e multisacado caiu para 9,46% em julho de 2025, segundo o Índice Multiplike de Devedores (IMD). O resultado reflete tanto o aumento da base de direitos creditórios quanto a melhora na qualidade da originação, com destaque para a redução nos vencidos de curto prazo. O volume de recebíveis em atraso também recuou, de R$ 6,5 bilhões em junho para R$ 6,2 bilhões em julho, um dos menores patamares desde março de 2022.
O levantamento avaliou uma amostra de 359 fundos, cujo patrimônio líquido somou R$ 69,7 bilhões no mês. Desse total, R$ 66,1 bilhões estavam lastreados em direitos creditórios, praticamente toda a carteira, e apenas R$ 6,2 bilhões não foram liquidados dentro do prazo original. A queda reforça a resiliência do segmento mesmo em um cenário de crédito restrito e juros elevados.
Curto prazo puxa melhora, mas atrasos longos aumentam
Apesar da redução geral, nem todas as faixas de vencimento seguiram a mesma tendência. O IMD mostra que:
- A inadimplência de até 30 dias caiu de 42,85% para 38,73%;
- Na faixa entre 91 e 180 dias, subiu para 15,16% (ante 13,60%);
- Entre 181 e 360 dias, avançou para 15,71% (ante 13,72%);
- Acima de 360 dias, chegou a 14,89% (ante 13,43%).
Ou seja, os atrasos de curto prazo puxaram a melhora, enquanto os prazos mais longos registraram aumento. O movimento indica que, embora haja maior eficiência na cobrança inicial, parte da inadimplência ainda migra para estágios posteriores.
Multiplike mantém índice abaixo da média
No caso específico da Multiplike, a inadimplência está bem abaixo da média de mercado. Apenas 2,05% da carteira de direitos creditórios está vencida, sendo que 98% dos títulos em atraso têm menos de 30 dias. “Conseguimos manter esse índice porque investimos fortemente em tecnologia e em pessoas qualificadas para análise de crédito, além de contarmos com um histórico consolidado de mercado”, afirma Volnei Eyng, CEO da Multiplike.
Sobre o Índice
O Índice Multiplike de Devedores acompanha a taxa de inadimplência de FIDCs multicedente e multisacado desde janeiro de 2022. O indicador busca medir a saúde das operações de crédito corporativo no Brasil e funciona como um termômetro da capacidade de pagamento das empresas.
Com a queda em julho, o mercado volta a registrar números próximos aos melhores momentos da série histórica, reforçando a importância dos FIDCs como alternativa de financiamento em meio ao ambiente desafiador de crédito e inadimplência empresarial.