Segundo a última divulgação da FGV, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) de agosto de 2025 registrou ligeira alta de 0,28%. A variação acumulada em 12 meses passou de 5,79% em julho de 2025 para 4,08%, o menor nível desde 2022.


A FGV destacou: “A desaceleração mais forte na variação dos aluguéis em 12 meses tem dois componentes importantes. Em agosto do ano passado partimos de uma base elevada, com 1,93% de alta mensal, em comparação com os 0,28% observados neste ano. O segundo ponto é que a política monetária suficientemente restritiva tem gerado os efeitos esperados, com um impulso de crédito menor, mas também com impacto nos preços da economia, inclusive nos aluguéis residenciais, que são bastante sensíveis às condições das taxas de juros“, avalia Matheus Dias, economista do FGV IBRE.
Como o IVAR se comportou nas principais capitais?
Entre julho e agosto de 2025, o IVAR apontou aceleração em três das quatro capitais pesquisadas:
- Porto Alegre: alta de 0,59%;
- Belo Horizonte: avanço de -0,03% para 0,40%;
- Rio de Janeiro: variação de -0,01% para 0,27%;
- São Paulo: desaceleração, passando de 0,09% para 0,06%.

Desaceleração em 12 meses
A taxa interanual do aluguel residencial recuou em todas as cidades analisadas. São Paulo foi a capital com maior desaceleração, passando de 4,22% em julho para 1,82% em agosto de 2025. Em Belo Horizonte, a taxa caiu de 10,31% para 7,93%. No Rio de Janeiro, a variação acumulada em 12 meses passou de 4,64% para 3,82%. Já Porto Alegre registrou queda de 0,64 ponto percentual, de 5,20% para 4,56%.
O que é o IVAR e por que é importante?
O IVAR é calculado a partir de dados reais de contratos de aluguel residencial nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. As informações são coletadas diretamente com empresas do setor imobiliário, oferecendo um retrato fiel dos valores efetivamente pagos pelos inquilinos. Diferente de índices baseados em anúncios ou estimativas, o IVAR reflete a realidade do mercado.
Esse indicador pode ser um grande aliado na profissionalização do setor imobiliário, ajudando administradoras e proprietários a tomarem decisões que reduzam riscos de judicialização. No entanto, ainda há baixa visibilidade do índice, o que faz com que muitos profissionais continuem se baseando em referências como o IGP-M, considerado desatualizado para contratos residenciais.
Além disso, enquanto outros índices são mais voltados ao setor comercial, o IVAR oferece um olhar ajustado à realidade das locações residenciais. Com ele, é possível tomar decisões mais estratégicas, evitar reajustes abusivos e aumentar a transparência nas negociações entre inquilinos e proprietários.

Coluna escrita por Rui das Neves, administrador e incorporador
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