O Ibovespa encerrou a sessão desta segunda-feira, 15 de setembro de 2025, em alta de 0,90%, aos 143.546 pontos, atingindo o maior fechamento de sua história. Durante o dia, o índice chegou a tocar os 144.193 pontos no intraday, também em nível recorde. O movimento acompanhou o otimismo externo e a expectativa por um corte de juros nos Estados Unidos.
Além disso, o dólar caiu 0,60% e encerrou cotado a R$ 5,32, no menor patamar desde junho de 2024, reforçando a entrada de fluxo estrangeiro no país. No mercado interno, os investidores monitoraram o Boletim Focus, que trouxe revisões positivas para inflação e câmbio, além do IBC-Br mais fraco, que reforça a percepção de desaceleração da atividade.
O que sustentou o movimento de alta do índice?
Entre os principais fatores que explicam o desempenho positivo do Ibovespa estão a expectativa de redução de juros nos EUA, a revisão para baixo das projeções de inflação no Brasil e a valorização do real. Por outro lado, o recuo de 0,50% do IBC-Br em julho trouxe um alerta sobre a fragilidade da economia brasileira.
- Boletim Focus: projeção do IPCA caiu de 4,85% para 4,83%
- Estimativa para o dólar passou de R$ 5,55 para R$ 5,50
- IBC-Br registrou queda de 0,50% em julho
O que dizem os analistas?
Segundo Alison Correia, analista de investimentos e sócio-fundador da Dom Investimentos, o mercado brasileiro segue o movimento de alta das bolsas americanas. Ele destacou que, embora a primeira quinzena de setembro tenha começado mais fraca, a clareza sobre o corte de juros pelo Federal Reserve trouxe novo fôlego aos investidores.
Correia ressaltou ainda que tensões geopolíticas recentes, como os conflitos envolvendo Rússia, Ucrânia e Oriente Médio, foram deixadas de lado, dando espaço a uma retomada do apetite por risco. Nesse sentido, ele lembrou que a condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos não impactou o mercado e que a incerteza política segue em torno de quem herdará sua base eleitoral.
Enquanto isso, os dados de câmbio e bolsa reforçam um cenário favorável: o real acumula valorização de mais de 13% em 2025 e o Ibovespa já sobe quase 20% no ano. Para o analista, o fluxo estrangeiro deve seguir forte e o dólar tende a continuar em trajetória de queda nos próximos meses.
Quais ações se destacaram no pregão desta segunda?
No campo corporativo, ações de consumo e varejo lideraram as altas, impulsionadas pela queda nos juros futuros. Correia citou como exemplos Magazine Luiza, Lojas Renner e C&A. Por outro lado, Banco do Brasil recuou após anunciar o resgate de US$ 1,723 bilhão em títulos subordinados e também em função do corte de preço-alvo pela XP Investimentos.
- Magazine Luiza (MGLU3): forte alta no pregão
- Lojas Renner (LREN3) e C&A (CEAB3): ganhos expressivos
- Banco do Brasil (BBAS3): queda após resgate e revisão negativa
- RD Saúde (RADL3) e Minerva (BEEF3): entre as maiores baixas do dia
O que esperar da semana para os mercados globais?
Nesta semana, investidores estarão atentos às decisões de política monetária em diferentes países. O destaque fica para a chamada “Super Quarta”, quando o Federal Reserve deve anunciar um corte de 25 pontos-base nos juros e o Copom deve manter a Selic em 15% ao ano. Além disso, haverá reuniões nos bancos centrais do Japão, Inglaterra e Canadá.
- EUA (Fed): expectativa de corte de 25 bps
- Brasil (Copom): manutenção da Selic em 15% ao ano
- Japão, Inglaterra e Canadá: também divulgam decisões nesta semana
Nesse contexto, a expectativa é que o Brasil continue atraindo capital estrangeiro em busca de retornos mais elevados. Se confirmadas, essas decisões podem reforçar o ambiente positivo e sustentar o Ibovespa em níveis historicamente elevados.