A análise do economista Miguel Daoud indica que a oposição brasileira fala para um público restrito e não alcança a maioria da população. Segundo ele, a estratégia atual carece de projeto abrangente e não dialoga com as prioridades do país. Esse quadro pesa sobre o ambiente político e econômico às vésperas de 2026.
Além disso, a comunicação do presidente Lula continua a atingir faixas amplas do eleitorado, o que amplia sua vantagem em um cenário polarizado. Nesse sentido, a oposição precisa formular um plano claro, com metas verificáveis e propostas viáveis, para disputar narrativas e confiança de investidores.
Como a comunicação do governo pressiona a oposição?
Daoud observa que Lula se comunica com diferentes idades, classes e rendas, construindo capilaridade. Por outro lado, a oposição insiste em pautas que mobilizam apenas sua base. Enquanto isso, falta traduzir diagnósticos em entregas concretas, com linguagem simples e foco em emprego, renda, serviços públicos e segurança.
Qual é a relevância da política fiscal para a oposição?
A política fiscal é central para sustentar redes de proteção social e dar previsibilidade à economia. Nesse sentido, a oposição não deve apenas criticar, mas propor regras claras para gastos e receitas, reforço da responsabilidade fiscal e revisão de incentivos ineficientes. Além disso, é essencial apresentar estimativas de impacto, cronogramas e fontes de financiamento.
A oposição influencia o apetite por risco do mercado?
Daoud avalia que a ausência de um projeto competitivo reduz as chances eleitorais e aumenta a incerteza, o que afeta o custo de capital e as decisões de investimento. Por outro lado, um plano detalhado pode reduzir prêmios de risco. Nesse sentido, investidores monitoram propostas que elevem produtividade, simplifiquem impostos e fortaleçam a segurança jurídica.
O que a política monetária exige da oposição?
O Banco Central busca controlar a inflação e ancorar expectativas. Enquanto isso, a oposição precisa sinalizar compromisso com metas de inflação e coordenação entre política fiscal e monetária. Além disso, previsibilidade regulatória e respeito a contratos reforçam a confiança, facilitando ciclos de corte de juros quando os dados permitirem.
Polarização e oposição: há risco para o crescimento?
A polarização limita consensos mínimos para reformas. Por outro lado, a oposição pode liderar uma agenda de convergência em torno de produtividade, qualificação profissional, ambiente de negócios, combate a ilícitos e proteção a vulneráveis. Nesse sentido, debates propositivos reduzem incerteza e incentivam investimentos de longo prazo.
Quais caminhos para uma oposição competitiva em 2026?
Para se tornar mais competitiva, a oposição precisa unir narrativa e execução. Além disso, deve priorizar metas mensuráveis e focadas em gente, como redução de pobreza, acesso a serviços e crescimento sustentado. Nesse sentido, um programa claro ajuda a reconectar política e sociedade, elevando a previsibilidade macroeconômica.
- Plano fiscal: meta de resultado primário crível, limites a despesas, revisão de gastos e subsídios ineficientes.
- Produtividade: simplificação tributária infralegal, menos burocracia, digitalização e abertura a competição.
- Capital humano: metas para alfabetização, técnica e ensino médio integrado ao mercado.
- Investimento: segurança jurídica, estabilidade regulatória e parcerias que destravem infraestrutura.
- Proteção social: desenho focalizado e avaliado por evidências, com governança e transparência.
- Segurança e ilícitos: repressão financeira a facções e canais ilegais, preservando ambiente de negócios.
Conclusão: oposição precisa de proposta clara e linguagem acessível
A mensagem central de Daoud é que a oposição deve sair da bolha e disputar o centro com propostas verificáveis. Além disso, precisa comunicar prioridades com clareza e mostrar como cada medida melhora a vida das pessoas. Por outro lado, sem plano e sem capilaridade, cresce a incerteza que afeta a economia e o investidor.
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