O setor de aluguel por temporada registrou um avanço expressivo em 2024, movimentando R$ 14,5 bilhões e alcançando crescimento de 43% em relação ao ano anterior, segundo levantamento do mercado imobiliário. O desempenho superou de forma ampla o aluguel tradicional, que cresceu apenas 13,5% no mesmo período. O modelo ganhou tração ao se consolidar como estratégia de autofinanciamento de imóveis, combinando alta rentabilidade com valorização patrimonial.
No cenário internacional, o Airbnb reportou lucro líquido de US$ 642 milhões no segundo trimestre de 2025, alta de 13% em sua receita global, sinalizando a resiliência do setor mesmo diante de juros elevados e instabilidade geopolítica. O reflexo no Brasil é claro: investidores de diferentes perfis têm visto no aluguel de curto prazo não apenas uma fonte de renda extra, mas uma forma de viabilizar a aquisição de imóveis.
Modelo de auto quitação ganha espaço
A lógica do modelo é simples: a receita obtida com as locações cobre as parcelas do financiamento imobiliário, reduzindo a necessidade de aporte mensal de capital próprio. Com imóveis bem localizados e gestão profissional, a rentabilidade mensal pode variar entre 0,8% e 1,4%, enquanto a valorização anual em destinos como São Paulo, Balneário Camboriú e João Pessoa pode alcançar 12%. Na prática, os retornos superam 20% ao ano, colocando o aluguel por temporada entre as alternativas mais sólidas do mercado.
Segundo Pedro Ros, CEO da Referência Capital, esse movimento representa uma mudança estrutural. “Com imóveis bem localizados, boa curadoria e gestão eficiente, é possível gerar uma receita recorrente capaz de quitar o patrimônio, sem depender de capital próprio mensalmente”, afirmou.
Investidores de alta renda no radar
Empresas especializadas já estruturam operações para atender brasileiros de alta renda que vivem no exterior, permitindo diversificação patrimonial no país. O modelo tem atraído principalmente quem busca ativos tangíveis, de baixa correlação com mercados financeiros voláteis, mas com potencial de valorização consistente.
Apenas no primeiro trimestre de 2024, a procura por locação de residências por temporada foi 43% maior que no mesmo período de 2023. Para Ros, a tendência reflete um recado direto do consumidor: “Mesmo com juros altos e volatilidade nos mercados, o aluguel por temporada segue crescendo, porque responde ao novo comportamento de consumo e cria oportunidade real de investimento”, destacou.
Perspectivas
Combinando liquidez, valorização e previsibilidade de receita, o aluguel por temporada se consolida como estratégia de autofinanciamento e deve continuar crescendo nos próximos anos. Para investidores, especialmente os que residem fora do Brasil, o modelo se apresenta como um dos mais promissores do mercado imobiliário, unindo inovação, solidez e retorno elevado.














