O avanço da inteligência artificial (IA) e dos semicondutores transformou-se em um dos principais pontos de tensão econômica e política mundial. De acordo com o especialista em análise macro, Fabio Fares, nos próximos 12 a 18 meses, Estados Unidos e China devem buscar um equilíbrio em suas capacidades tecnológicas, mas com mercados distintos, consolidando a existência de dois polos de inovação.
Enquanto os Estados Unidos se destacam pela liderança em inovação e pesquisa, a China mantém sua força na produção e na oferta de recursos estratégicos. Nesse cenário, a competição não se resume apenas à tecnologia, mas também à disputa por influência global e poder econômico.
Como a Nvidia e a China moldam o mercado de IA?
Nos EUA, a Nvidia assumiu protagonismo no desenvolvimento de soluções em IA, especialmente em áreas que vão desde o mercado financeiro até saúde e consumo. A empresa se consolidou como referência mundial, ditando tendências e atraindo investidores atentos às oportunidades geradas pela expansão do setor.
Já a China aposta em sua capacidade produtiva, combinando mão de obra qualificada com abundância de recursos minerais essenciais para a fabricação de semicondutores. Esse modelo fortalece a posição chinesa como fornecedora estratégica na cadeia global de tecnologia, ainda que seu foco esteja mais voltado à infraestrutura e à produção em larga escala.
IA no radar: Quais as oportunidades para investidores?
Segundo Fares, os setores que devem receber os maiores impactos positivos da IA são saúde, consumo e serviços financeiros. As empresas que conseguirem adaptar seus modelos de negócios à nova realidade tecnológica poderão conquistar vantagem competitiva e se beneficiar do crescimento acelerado.
- Saúde: Aplicações de IA em diagnósticos e tratamentos personalizados.
- Consumo: Otimização da experiência do cliente e análise de comportamento.
- Financeiro: Processos automatizados e uso de algoritmos em investimentos.
O especialista ressalta que acompanhar de perto esses setores pode ser decisivo para identificar ativos promissores e novas frentes de valorização.
A disputa entre Estados Unidos e China também afeta a macroeconomia. O equilíbrio de forças pode influenciar diretamente as políticas fiscais e monetárias ao redor do mundo, impactando taxas de juros e fluxos de capitais. Enquanto os EUA devem intensificar sua aposta em inovação e pesquisa, a China tende a reforçar investimentos em produção e infraestrutura.
Essa interação cria um cenário dinâmico, no qual decisões políticas e econômicas das duas maiores potências mundiais moldam os rumos do mercado financeiro e o apetite dos investidores internacionais.
Como a guerra tecnológica influencia os mercados?
Para Fares, a guerra tecnológica deixou de ser apenas uma questão comercial e se tornou parte da geopolítica. “A tecnologia se tornou uma extensão da política”, afirma o especialista. Isso significa que qualquer avanço ou restrição em semicondutores e IA pode gerar volatilidade nos mercados globais.
Nesse sentido, investidores devem estar atentos às mudanças nas cadeias de suprimento, possíveis sanções comerciais e novas regulamentações que podem alterar radicalmente a dinâmica do setor.