O Brasil abriu 129,8 mil vagas formais de trabalho em julho, de acordo com os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Este número reflete uma queda de 32% comparado ao mesmo período do ano anterior, quando o país registrou a criação de aproximadamente 191,4 mil vagas de trabalho. O dado mais recente representa o pior resultado para um mês de julho desde 2020, mostrando desaceleração no ritmo de recuperação do mercado de trabalho no Brasil.
O total de 2,25 milhões de contratações e 2,12 milhões de demissões contribuíram para o resultado, com o salário médio de admissão ficando em R$ 2.277,51. No acumulado do ano o resultado apresenta números positivos, com a criação de 1,52 milhão de postos de trabalho.
Quais são os setores e estados que mais geraram empregos em julho?
Entre os setores que mais impulsionaram a geração de vagas em julho, os Serviços foram os que mais contribuíram, com 50 mil postos de trabalho criados. Em seguida, o Comércio teve uma geração de 27,3 mil vagas, seguido pela Indústria com 24,4 mil vagas e a Construção com 19 mil vagas.
O setor agropecuário, que tradicionalmente exerce um papel importante na economia do país, teve um desempenho mais modesto, com 8,7 mil vagas criadas. Esses números indicam que a recuperação do mercado de trabalho continua sendo liderada por serviços e comércio, enquanto áreas mais diretamente ligadas à produção industrial e agropecuária mostram sinais de estagnação.
Em termos regionais, o levantamento do Caged mostra que 25 dos 27 estados registraram saldo positivo na criação de empregos. São Paulo, tradicionalmente o estado com maior número de contratações, liderou o ranking com 42 mil vagas criadas, seguido de perto por Mato Grosso, com 9,5 mil vagas, e Bahia, com 9,4 mil vagas. No entanto, Espírito Santo e Tocantins registraram mais demissões do que contratações.
Destaques do Caged:
- Total de vagas formais criadas em julho: 129,8 mil
- Comparação com julho do ano anterior: queda de 32%
- Salário médio de admissão: R$ 2.277,51
- Setores que mais geraram empregos: Serviços (50 mil), Comércio (27,3 mil), Indústria (24,4 mil), Construção (19 mil), Agropecuária (8,7 mil)
- Principais estados geradores de vagas: São Paulo (42 mil), Mato Grosso (9,5 mil), Bahia (9,4 mil)
- Estados com mais demissões que contratações: Espírito Santo e Tocantins
O que dizem os especialistas sobre o Caged
Para o economista do ASA, Leonardo Costa, “apesar da criação líquida positiva de vagas e da distribuição setorialmente disseminada, o resultado de julho ficou abaixo das expectativas e confirma que o mercado de trabalho está perdendo fôlego de forma gradual, avalia. Outras métricas que medem o ritmo da atividade doméstica apontam para um crescimento ainda mais fraco. “A média móvel dos últimos meses reforça esse diagnóstico, indicando que o impulso nas contratações diminuiu. Esse enfraquecimento da geração de empregos tende a reduzir a contribuição do mercado de trabalho para o consumo nas próximas semanas, um reflexo da desaceleração econômica em curso“, conclui.
Já para o CEO da Referência Capital, Pedro Ros, “o saldo mostra que o mercado de trabalho ainda está crescendo, mas em um ritmo mais lento do que o esperado. O dado ficou abaixo tanto das projeções quanto do resultado do mesmo mês do ano passado, o que revela uma certa perda de fôlego”, destaca. Por outro lado, é importante destacar que setores como serviços e comércio continuam puxando a geração de empregos, o que ajuda a manter a atividade interna aquecida. Para quem empreende ou investe, o recado é claro: “o momento pede atenção redobrada ao cenário externo e às políticas econômicas, mas também abre espaço para negócios que consigam combinar eficiência e inovação.”