O índice Ibovespa fechou esta quarta-feira (20) em leve alta de 0,17%, atingindo 134.666,46 pontos. A sessão foi marcada por recuperação moderada após quedas recentes, com destaque para ações de bancos e da Petrobras. Já os papéis da B3 recuaram, limitando a força do avanço. O movimento refletiu menor percepção de risco após novos esclarecimentos judiciais.
Além disso, o cenário internacional trouxe volatilidade, com Wall Street registrando queda na maioria dos índices. Internamente, o mercado reagiu de forma positiva a um despacho complementar do ministro Flávio Dino, que ajudou a reduzir ruídos sobre a aplicação de leis estrangeiras no Brasil. Esse fator foi decisivo para impulsionar o setor financeiro durante o pregão.
Quais ações se destacaram no pregão desta quarta-feira?
Entre os papéis de maior peso no índice, o desempenho foi positivo para:
- Petrobras PN (PETR4): alta de 0,60%, cotada a R$ 30,22
- Banco do Brasil ON (BBAS3): avanço de 0,30%, fechando a R$ 19,86
- Bradesco PN (BBDC4): valorização de 0,32%, a R$ 15,84
- Santander Brasil (SANB11): ganhos sustentados, refletindo percepção de menor risco
Por outro lado, a B3 ON (B3SA3) apresentou queda de 1,60%, encerrando o dia a R$ 12,33. Enquanto isso, o índice de volatilidade S&P/B3 VIX caiu 6,82%, chegando a 15,57 pontos e indicando maior confiança entre investidores.
O que explicou a reação positiva do setor financeiro?
De acordo com o economista e especialista em investimentos Danilo Coelho, a melhora no setor financeiro ocorreu após o despacho complementar de Flávio Dino. Segundo ele, a decisão esclareceu que não havia afronta a regras internacionais, reduzindo temores de impactos diretos em arbitragens, como no caso da tragédia de Mariana envolvendo a Vale.
Além disso, Coelho destacou que os bancos mantêm a prerrogativa de encerrar contas de pessoas politicamente expostas sem depender de legislações estrangeiras. Isso reduz riscos maiores ao sistema financeiro, já que permite às instituições agir de forma preventiva em situações de alta exposição.
Por que o Santander foi visto como menos arriscado?
Enquanto Itaú e Bradesco possuem operações fortemente concentradas no Brasil, o Santander é considerado pelo mercado como menos vulnerável. Nesse sentido, Coelho explicou que, em cenários extremos, o banco poderia vender sua operação local ou até realizar um encerramento de capital, oferecendo alternativas mais flexíveis aos investidores.
Esse diferencial fez com que as ações do Santander fossem vistas como menos impactadas pelas incertezas políticas e regulatórias. A percepção de saída mais tranquila do país, se necessário, deu ao papel um perfil defensivo diante das turbulências.
Resumo do fechamento em números
- Ibovespa: +0,17%, 134.666,46 pontos
- Petrobras PN (PETR4): +0,60% (≈ R$ 30,22)
- Banco do Brasil ON (BBAS3): +0,30% (≈ R$ 19,86)
- Bradesco PN (BBDC4): +0,32% (≈ R$ 15,84)
- Santander Brasil (SANB11): alta no pregão
- B3 ON (B3SA3): –1,60% (≈ R$ 12,33)
- VIX (volatilidade): –6,82% (15,57 pontos)
- Dólar (USDBRL): –0,42% (≈ R$ 5,48)
Quais as perspectivas para os próximos dias?
A leve recuperação do Ibovespa nesta quarta-feira reflete uma busca por estabilidade após momentos de forte instabilidade política e jurídica. Enquanto isso, investidores seguem atentos a novos desdobramentos sobre a relação do Brasil com legislações internacionais e ao posicionamento do STF. Por outro lado, o desempenho das bolsas americanas pode trazer reflexos imediatos no curto prazo.
Nesse sentido, o movimento dos próximos pregões deve ser guiado tanto pela política doméstica quanto pelos sinais do mercado externo, em especial do setor de tecnologia e das expectativas sobre juros nos Estados Unidos.