Com mais de 10 mil aeronaves e um crescimento anual médio de 5,75%, a aviação de negócios no Brasil se consolida como uma das mais relevantes do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. O setor, que abrange jatos executivos, helicópteros, turboélices e aeronaves de instrução, é considerado estratégico para a economia brasileira, especialmente diante dos desafios logísticos de um país continental.
A importância desse segmento ficou evidente na 20ª edição da LABACE, maior feira de aviação da América Latina, realizada no aeroporto Campo de Marte, em São Paulo. Organizado pela Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG), o evento reúne 144 expositores e mais de 40 aeronaves em exposição, reforçando o protagonismo do Brasil na aviação de negócios global.
Por que a aviação de negócios é estratégica para o Brasil?
De acordo com Flávio Pires, presidente da ABAG, a aviação de negócios é parte da infraestrutura logística do país, conectando regiões remotas e atendendo setores essenciais como agronegócio, saúde, finanças e indústria. “Ela movimenta cadeias produtivas críticas e garante mobilidade executiva em áreas com pouca ou nenhuma cobertura aérea comercial”, afirma.
Com a nova sede da feira no Campo de Marte, a LABACE 2025 marca uma nova fase de expansão. A expectativa é de que a feira movimente cerca de US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão) em negócios durante seus três dias de realização, impulsionando ainda mais a cadeia da aviação de negócios no país.
Quais inovações marcaram a LABACE 2025?
A diversidade da frota brasileira foi um dos pontos fortes do evento. Empresas como TAM Aviação Executiva apresentaram oito aeronaves, incluindo o Cessna SkyCourier, enquanto a Embraer expôs os modelos Phenom 300E e Praetor 600, ambos com tecnologia fly-by-wire e conectividade de bordo de última geração, atributos que refletem o avanço tecnológico.
Outro destaque foi a pauta da sustentabilidade. A Líder Aviação, em parceria com a americana Beta Technologies, anunciou os primeiros modelos elétricos do tipo eVTOL e eCTOL que devem operar no país até 2028. As aeronaves ALIA‑250 e CX300 estão em fase de certificação pela FAA e ANAC, com promessa de custo operacional 50% menor e emissão zero.
Anderson Markiewicz, diretor de vendas de aeronaves da Líder Aviação, os modelos elétricos terão aplicação em deslocamentos urbanos, transportes aeromédicos e curtas distâncias. “Essas aeronaves vão revolucionar a aviação de negócios com sustentabilidade e eficiência”, declarou.
Tecnologia e inovação
O setor também busca maior integração com políticas de mobilidade, digitalização de processos e incentivos à inovação. A conexão com o agronegócio, por exemplo, representa uma das maiores frentes de crescimento, especialmente em regiões pouco atendidas pela aviação comercial.
Com a combinação de tecnologia, sustentabilidade e um ambiente econômico mais favorável, a aviação de negócios se posiciona como um dos principais vetores de desenvolvimento do Brasil. A LABACE 2025 simboliza esse avanço, marcando uma nova etapa para o setor em direção à inovação, eficiência operacional e protagonismo global.