A primeira prévia da nova carteira do Ibovespa para o quadrimestre de setembro a dezembro de 2025 trouxe uma mudança significativa na composição do principal índice da B3. O Itaú Unibanco PN (ITUB4) ultrapassou a Petrobras PN (PETR4) e passou a ocupar a segunda maior participação do índice, com 8,203% de peso, atrás apenas da Vale ON (VALE3), que lidera com 11,215%.
A nova configuração da carteira teórica foi divulgada nesta quinta-feira (1º), refletindo os dados de negociabilidade e volume financeiro dos últimos 12 meses. A Petrobras, que em edições anteriores mantinha a vice-liderança, agora aparece com 7,077% (ações PN), seguida por sua ação ordinária (PETR3), com 4,159%. Bradesco PN fecha o Top 5 com 3,898%.
O que explica a perda de posição da Petrobras?
De acordo com Marco Saravalle, estrategista e CIO da MSX Investimentos, a principal razão para a ascensão do Itaú no índice está na maior previsibilidade de seus resultados e na consistência na entrega de lucros e dividendos, em contraste com o perfil mais volátil e cíclico da Petrobras.
“Se a gente olhar para os ativos isoladamente, a gente tem, de fato, um Itaú ganhando peso pelas ações mais líquidas, as preferenciais. O Itaú é uma empresa muito previsível, muito rentável e tem apresentado crescimento no lucro líquido e na distribuição de dividendos por ação. Já a Petrobras tem características semelhantes, mas é uma empresa cíclica e seus resultados são impactados por variáveis como petróleo e câmbio”, avaliou Saravalle.
O estrategista lembra ainda que, em momentos de alta no petróleo, a Petrobras tende a recuperar força: “Se tivermos um ciclo de valorização do petróleo, necessariamente veremos aumento na demanda pelos papéis da Petrobras e uma recuperação do peso no índice. Mas hoje, a previsibilidade do Itaú acaba atraindo mais investidores e gerando maior liquidez.”
Qual o impacto dessa mudança para investidores?
O aumento do peso do Itaú na carteira do Ibovespa tende a influenciar diretamente o comportamento de fundos passivos e ETFs que replicam o índice. Gestores podem ser levados a rebalancear seus portfólios, aumentando a exposição ao papel, o que tende a favorecer o volume de negociações e a atratividade da ação no curto prazo.
Além disso, a nova posição reforça a importância do setor financeiro dentro do índice, mesmo com os bancos enfrentando margens mais apertadas nos últimos trimestres. A consistência dos resultados, especialmente em um cenário de juros elevados e inadimplência controlada, tem garantido ao Itaú uma posição de destaque entre os investidores institucionais e pessoas físicas.
Como fica a nova composição do Top 5 do Ibovespa?
- Vale ON (VALE3): 11,215%
- Itaú Unibanco PN (ITUB4): 8,203%
- Petrobras PN (PETR4): 7,077%
- Petrobras ON (PETR3): 4,159%
- Bradesco PN (BBDC4): 3,898%
A nova carteira do Ibovespa entrará em vigor oficialmente no primeiro pregão de setembro, e até lá serão divulgadas mais duas prévias. Mudanças adicionais ainda podem ocorrer, mas o avanço do Itaú sinaliza um novo momento no protagonismo entre as blue chips brasileiras.
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